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Fifa e governos condenam atos racistas
Da AFP
18/11/2004 | 21:18
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Os governos da Espanha e da Inglaterra, assim como a Fifa (Federação Internacional de Futebol), levantaram a voz nesta quinta-feira para condenar os gritos racistas dirigidos aos jogadores negros ingleses durante o amistoso que disputaram suas seleções nesta quarta, em Madri (ESP).

Essa partida foi disputada no estádio Santiago Bernabéu, com os espanhóis vencendo por 1 a 0. No entanto, durante o jogo, centenas de torcedores espanhóis vaiaram os jogadores negros da seleção inglesa, imitando os gestos e os gritos dos macacos sempre que um deles tocava na bola.

A Fifa, através de seu presidente Joseph Blatter, expressou sua "inconformidade" diante do recrudescimento de manifestações racistas no futebol. "Blatter manifestou sua insatisfação com os recentes atos racistas, e lançou um apelo à comunidade internacional do futebol e a toda a sociedade para condenar todas as formas de racismo", assinalou o comunicado.

Além disso, o máximo dirigente da Fifa anunciou a abertura de uma investigação sobre o tema, e que exigirá "uma tomada de posição da Real Federação Espanhola para estudar os fatos e determinar de que maneira infringiram os estatutos, regulamentos e código de ética da Fifa".

O código de disciplina da Fifa, em seu artigo 55-2, afirma que aquele que publicamente discrimina ou denigre uma pessoa de forma que ofenda a dignidade humana devido a sua raça, cor, língua, religião ou origem étnica será proibido de "entrar nos estádios durante dois anos".

O artigo 55-3 acrescenta que "quando, durante uma partida, os espectadores desfraldam uma bandeira onde figuram inscrições de caráter racista, a autoridade sancionará a associação nacional (...) que apóia estes espectadores com uma multa de cerca de 30 mil francos suíços (19.800 euros) e a obrigará disputar seu próximo jogo a portas fechadas".

Nesta quinta-feira, o governo espanhol condenou o comportamento racista "intolerável" de uma parte do público madrilenho. "O governo espanhol considera lamentável o que ocorreu na note de quarta-feira e pensa que é intolerável manifestações racistas nas atividades esportivas", declarou à AFP o porta-voz do governo de José Luis Rodríguez Zapatero.

A Real Federação Espanhola de Futebol compartilha essa posição, afirmando que "adere ao comunicado do governo espanhol, que condena categoricamente e considera lastimável a atitude racista de um reduzido grupo de torcedores". A RFEF e o governo espanhol estudarão as medidas que serão tomadas após esses incidentes.

Por sua vez, o primeiro ministro britânico, Tony Blair, declarou que "o racismo não tem espaço no futebol", enquanto o ministro de Esportes, Richard Caborn, disse que ia escrever a seu colega espanhol para manifestar-lhe sua indignação pelo ocorrido no Bernabéu.




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