Economia Titulo
Solvay pode abandonar o Grande ABC
Danilo Angrimani
Da Redaçao
02/01/1999 | 18:26
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A Solvay Indupa do Brasil pode sair do Grande ABC. A empresa instalada em Santo André quer investir US$ 200 milhoes na ampliaçao de sua fábrica, mas depende de uma autorizaçao da Secretaria do Meio Ambiente. A Secretaria analisa o pedido há quase um ano e até agora nao concedeu a permissao. "A Solvay tem vontade de permanecer no Grande ABC e crescer. Se a Secretaria de Meio Ambiente nao der a licença para a ampliaçao da nossa planta, fica complicado para uma empresa como a nossa manter as atividades. A Solvay precisa sobreviver e para isso precisa crescer", afirmou o gerente de qualidade da Solvay, Arpad Koszka.

A Solvay conta atualmente com 900 pessoas, entre empregados diretos e indiretos. Produz PVC e produtos químicos líquidos, como soda cáustica. Os US$ 200 milhoes que a empresa pretende investir em sua fábrica de Santo André podem ser deslocados para outra unidade da Solvay, em Buenos Aires (Argentina), caso a Secretaria de Meio Ambiente nao autorize a ampliaçao.

O deputado federal reeleito Duílio Pisaneschi (PTB-Grande ABC) tem feito contatos com o deputado federal José Anibal (PSDB-SP) e com o presidente da Fiesp (Federaçao das Indústrias do Estado de Sao Paulo), Horácio Lafer Piva, com o objetivo de agendar uma reuniao com o governador Mário Covas. "Desta vez, nós vamos perder um investimento nao apenas para uma outra regiao, mas para outro país. O Brasil vai ter de importar PVC", alertou Duílio.

Segundo Duílio, o que está atrapalhando o processo da Solvay é uma exigência da Cetesb, em relaçao a impacto ambiental. "A Solvay está no Grande ABC há 50 anos. Antes da existência da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental)", disse o deputado.

A assessoria de imprensa da Secretaria do Meio Ambiente informou que a documentaçao de ampliaçao da fábrica da Solvay deu entrada naquele órgao em 20 de fevereiro de 1998 e que nao existe um prazo definido para a análise do processo.

Além da Cetesb, outros órgaos da Secretaria também analisam o pedido da Solvay. Ainda de acordo com a assessoria, apesar da solicitaçao ter dado entrada há 11 meses, a Secretaria solicitou documentos complementares.

Para o gerente de qualidade da Solvay, a tentativa do deputado Duílio de agendar um encontro com o governador é positiva. "Toda busca de diálogo que possa ajudar a vocaçao andreense da Solvay é legítima", disse Koszka.

Koszka lembrou que a Lei de Proteçao aos Mananciais foi criada em 1976. A Solvay já estava instalada no corredor polonês (um pedaço do território de Santo André que para ser atingido é preciso passar por Sao Bernardo e Ribeirao Pires) desde 1948.

"A Solvay está fazendo todo o necessário para se adequar à área de preservaçao dos mananciais. Nos últimos 20 anos, investiu US$ 40 milhoes para se adaptar à legislaçao ambiental", assinalou o gerente de qualidade. O projeto de ampliaçao da fábrica deve reduzir a emissao de material poluidor. "Quando se aperfeiçoa a tecnologia, colocando-se equipamentos mais modernos, também o desempenho ambiental é melhorado", explicou Koszka.




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