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Vizinho mata dona de casa a facadas em S.Bernardo
Glauco Araújo
Do Diário do Grande ABC
20/05/2003 | 21:19
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O desempregado Raimundo Nonato Paes Santos, 36 anos, matou sua vizinha, a dona de casa Sandra Regina de Oliveira Pardo Castro, com 19 facadas terça-feira, às 13h, na rua Itá, Jardim Petrônio, em São Bernardo. Depois de matar a mulher, Santos tentou fugir pela rua – com a faca de açougueiro na mão –, foi perseguido por vizinhos armados com pedaços de pau e acabou preso em flagrante ao passar na frente ao posto da Polícia Militar do bairro. A faca media cerca de 30 cm e os golpes atingiram principalmente no pescoço, peito e mãos.

A principal testemunha do crime é Marcos Alberto da Silva, 32 anos, também vizinho da vítima, que ouviu os gritos da dona de casa. “Saí com a minha filha no colo e o vi dando as facadas na mulher. Gritei para que parasse, a faca caiu e ele olhou para mim. Depois, voltou a pegar a faca, deu mais alguns golpes nela e foi para a casa dele. Fechou a porta e correu pela rua”, contou Silva.

Segundo o morador, enquanto fugia, Santos ameaçou a vizinhança aos gritos: ‘Podem chamar a polícia. Venha quem vier, pois irá tomar facada também’. “Cheguei a alcançá-lo, mas ele voltou a escapar. Os policiais militares não deixaram que eu conversasse com ele preso. Não vou esquecer a imagem da faca entrando no corpo dela”, disse Silva.

Na delegacia, Santos disse aos policiais que esfaqueou a vizinha por se sentir ameaçado. “Matei mesmo. Dei as facadas. Já sabia que eu estava me complicando. Ela (Sandra) é do tráfico e tinha me ameaçado algumas vezes”. A investigação do 6º Distrito Policial de São Bernardo não tem qualquer indício de que a vítima fizesse tráfico de drogas na região nem tem registro de ameaças sofridas por Santos.

O delegado titular do 6º Distrito Policial, Carlos Eduardo Vasconcelos, disse que o crime foi premeditado. “A arma que ele usou não foi reconhecida pelo marido da vítima. Isso será um dos agravantes para o crime, que poderá ter pena de 12 a 30 anos”. Vasconcelos não acredita na versão inicial apresentada pelo assassino. “Se ele tentou se defender, bastaria ter conseguido evitar a agressão contra ele, dominando a mulher. Não foi o caso”, disse o delegado. Investigadores da delegacia encontraram um revólver calibre 38 escondido em um armário na casa de Santos.

O marido de Sandra, o borracheiro João Peçanha, 28 anos, saiu para o trabalho às 7h30 e lembra que o assassino o cumprimentou. Agora, pretende mudar de casa. “Falei com ele normalmente. Sabia de uma discussão anterior de minha mulher com a mulher dele, mas coisa normal de vizinho”. A briga teria ocorrido há seis meses. Sandra e Peçanha têm dois filhos, de 2 e 4 anos. Ela será transferida para o Paraná, onde a família pretende sepultá-la.




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