A corrente brasileira estará reforçada por um torcedor nada convencional. Augustino Kim, 64 anos, nascido na Coréia do Sul - eterna rival política da Coréia do Norte, adversária de hoje da Seleção - é mais um que se juntará aos mais de 190 milhões de vozes que irão empurrar o Brasil na África do Sul.

E a opção nada tem a ver com a rivalidade histórica que em 1953 dividiu a Coréia em Norte e Sul. "Estou no Brasil há 39 anos, já me sinto brasileiro nato. Amanhã (hoje) vai ser 5 a 0 para a Seleção", palpita com bastante confiança. "Não tenho nada contra os norte-coreanos, aliás nunca mais vi um, já que eles são impedidos pelo governo de sair do país", completa o comerciante que mora e trabalha em Santo André.

Para mostrar que a rivalidade entre as Coréias ficou no passado, Kim promete torcer pelo rival nas outras duas rodadas da primeira fase. "Para mim é tudo da mesma raça. Só irei torcer pelo Brasil amanhã (hoje) porque aprendi a gostar do País. Depois, vou torcer para a Coréia do Norte vencer Portugal e Costa do Marfim", garante o comerciante.

Kim é apaixonado por futebol e chegou a jogar bola nos 25 anos que viveu na Coréia do Sul. "Quando era jovem arrisquei um chutes, mas nada muito sério", conta.

O sul-coreano, pai de dois filhos brasileiros, não larga a paixão pela sua seleção. Ele conta que ficou ligado na vitória da Coréia do Sul sobre a Grécia (2 a 0), na estreia da Copa. "Torci bastante. Me reuni com outros coreanos em clube no Bom Retiro (em São Paulo) para acompanhar o jogo. Acho que é um time forte e para o começo está bom demais", analisa o torcedor que ficará dividido se acontecer um encontro com a Seleção Brasileira. "Espero que não aconteça, mas neste caso sou mais Brasil", finaliza.