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Procurador diz que Ricardinho dificilmente vai para a Inglaterra
Fernão Silveira
Do Diário OnLine
18/08/2002 | 19:54
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Apesar dos esforços da 'missão' que passou dez dias na Inglaterra, o meia Ricardinho dificilmente vai jogar no futebol inglês. O procurador e tio do jogador, Rubens Pozzi, afirmou neste domingo que o "excesso de oferta" na Inglaterra praticamente impossibilita a transferência de Ricardinho ao país e reconheceu que a proposta apresentada pelo São Paulo "é boa" para o atleta. Pozzi pediu mais dois dias para negociar com a diretoria do Corinthians e prometeu uma definição do caso até a próxima terça-feira.

Entrevistado pela Rádio Bandeirantes no final da tarde deste domingo, Pozzi confirmou que manteve contato apenas com times da Inglaterra (três, sem citar quais foram) e disse que as negociações com os clubes interessados não acabaram. "Ainda existe uma possibilidade (de Ricardinho jogar no país). Remota, é verdade", admitiu.

O procurador se disse muito feliz com o "mercado" disponível para Ricardinho na Inglaterra. Mas explicou que a crise financeira que assola muitos times do Velho Continente tem aumentado muito a demanda de atletas na Inglaterra, apontado por ele como um país em que o investimento em futebol ainda é "viável". Segundo Pozzi, que passou dez dias na Inglaterra durante as duas últimas semanas, os times do país estão fechando seus elencos com 50 ou 55 jogadores para a disputa da temporada 2002/2003.

Além do excesso de jogadores nos elencos ingleses, Pozzi destacou a proximidade com o fim dos prazos de inscrição de atletas para os campeonatos europeus (dia 31) como uma dificuldade a mais para a transferência de Ricardinho ao exterior. "Pelo que eu senti lá, é muito difícil", comentou.

Brasil - Pozzi disse que soube por meio do Corinthians sobre os interesses de Cruzeiro e Flamengo em contratar Ricardinho, sem ter mantido qualquer contato oficial com os dois times brasileiros. De concreto, só mesmo a proposta do São Paulo. "O interesse do São Paulo é público e notório, não há como negar", comentou, afirmando ainda que a oferta feita pelo time do Morumbi "é boa para o Ricardo". Mas o procurador preferiu não adiantar qualquer possibilidade de transferência sem antes conversar com os dirigentes do Corinthians.

"Eu gostaria de aguardar mais amanhã (segunda-feira) ou depois para nós conversarmos com o Corinthians. Eu passei dez dias fora e preciso conversar com eles", afirmou, prometendo uma possível solução para o caso até a próxima terça-feira. "A situação para o Ricardo está muito ruim e não pode continuar assim."

Pozzi nem quis comentar sobre a multa rescisória de Ricardinho com o Corinthians (orçada em R$ 2 milhões), pois ele não gostaria que a transferência do atleta fosse feita à revelia do clube de Parque São Jorge. Apesar de o procurador não se pronunciar sobre o pagamento da multa, o rompimento litigioso com o Corinthians parece ser o caminho mais provável para o fim da negociação.

Segundo a Rádio Bandeirantes, um representante da Nike no Brasil negou a disposição da empresa (que patrocina e fabrica os uniformes do Flamengo) em empenhar dinheiro na contratação de qualquer jogador para qualquer time brasileiro no momento. O próprio Flamengo já avisou que não vai gastar um tostão para ter Ricardinho (os custos de contratação e salários ficariam para os patrocinadores do time). A opção seria o Cruzeiro, que não tem uma oferta tão atrativa quanto a do São Paulo. O Corinthians até aceita negociar Ricardinho com o clube mineiro, graças às 'boas relações' entre as duas partes (ambos já foram colegas de parceria com o fundo americano de investimentos Hicks, Muse, Tate & Furst). Na verdade, o Cruzeiro é a maneira mais fácil de o Corinthians evitar a transferência de seu maior ídolo nos últimos dois anos para um clube vizinho e arqui-rival.

A torcida do Corinthians voltou neste domingo a se mostrar intolerante com a situação de Ricardinho, cobrando do próprio jogador uma definição. No Anacleto Campanella, a facção Gaviões da Fiel entoou o canto: "ô Ricardinho/ vai se f.../o Corinthians não precisa de você". A intolerância da torcida praticamente impossibilita 'clima' para a permanência (improvável) do atleta no Parque São Jorge.




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