Jacques Prévert nasceu a 4 de fevereiro de 1900 em Neuilly-sur-Seine (periferia de Paris) e morreu em abril de 1977 em Omonville-la-Petite (Norte). Poucos escritores foram tao queridos por seu público como ele, sem dúvida o escritor francês cujos livros foram mais vendidos no século.

De seu livro de poemas ``Paroles' (Palavras, 1946) se venderam 2,2 milhoes de exemplares. Na França, centenas de estabelecimentos escolares (400 exatamente) levam seu nome, muito mais que os dedicados, por exemplo, a Victor Hugo.

Por ocasiao deste aniversário, relativamente pouco comemorado se se compara com as manifestaçoes organizadas no bicentenário de Balzac ano passado, Yves Courrière consagra a Prévert uma extensa biografia, publicada pela editora Gallimard.

Courrière, biógrafo de Joseph Kessel e de Roger Vailland, conta com luxo de detalhes a vida boêmia do poeta na Paris de início do século, suas relaçoes com os surrealistas e com o cinema, em particular sua colaboraçao com Marcel Carné.

Lembra que foi um homem de grandes amizades, com Yves Tanguy, Pablo Picasso ou Yves Montand, e evoca essa banda de amigos, da qual o poeta era o ``deslumbrante animador'.

A rádio estatal Radio-France lhe presta também homenagem em suas diversas emissoras. E no Teatro Molière de Paris, as atrizes Brigitte Fossey e Catherine Arditi vao interpretar ``Paroles' sob a direçao de Robert Fortune.

``Escrevo para agradar muitos e aborrecer alguns', dizia Prévert, quando uma parte da ``inteligentsia', especialmente a da universidade, conseguiu durante anos confirmar sua obra nos programas escolares. ``Já só se recomenda uma posologia Prévert aos eternos jovens e aos adolescentes. É um erro. Este magnífico escritor faz bem a todas as idades. Sobretudo àquela contra a qual se luta', assinalou Patrice Delbourg no semanário L'Evénement du Jeudi.

Atualmente o recém-publicado dicionário Robert dos grandes escritores franceses lembra que os poemas de Prévert continuam seduzindo numerosos intérpretes, inclusive entre os grupos de rap.