Santos e Corinthians fazem hoje, às 17h, na Vila Belmiro, o clássico que muitos consideram reunir as duas melhores equipes do futebol paulista. De um lado, a experiência de Ronaldo, Roberto Carlos e companhia. De outro, a juventude e o jeito moleque de Neymar, Paulo Henrique Ganso e André, que sentirão falta do maior menino de todos: Robinho. O Peixe bem que tentou, mas não conseguiu liberar o Rei das Pedaladas de se apresentar mais tarde ao técnico Dunga - na terça-feira entra em campo pela Seleção Brasileira em amistoso contra a Irlanda, em Londres.

Melhor para o Timão, que em 2002 já sofreu nos pés do atacante que ainda surgia no Santos, quando ele partiu para cima do lateral Rogério, bem ao seu estilo, e acabou derrubado na área. O então menino de 18 anos, com personalidade, cobrou o pênalti que abriu caminho para o primeiro título brasileiro do Peixe, na segunda partida da final.

Sem Robinho, o técnico Dorival Júnior pode mudar o esquema tático do time. Sai o 4-3-3 e entra o 4-4-2. A dúvida fica entre Marquinhos ou Madson no meio-campo, apesar de que com o baixinho a equipe fica com postura mais ofensiva.

"Estou ainda com um pouco de dúvida. Corinthians tem um meio-campo forte e um jogador como o Elias, que se apresenta muito. Esse cuidado é especial para essa partida, pelo momento do Elias", disse o treinador.

Outra alteração no Peixe é a entrada de Roberto Brum na lateral direita. Segundo Dorival, para brecar as descidas do argentino Defederico, que cai por aquele lado.

E se a maior estrela santista não jogará, Ronaldo volta ao palco de dois de seus mais belos gols com a camisa do Corinthians. Na primeira partida da decisão do Paulistão do ano passado, que terminou com título do Timão, o Fenômeno marcou duas vezes. No primeiro, fez um movimento rápido de troca de pernas e bateu de canhota no canto de Fábio Costa. O segundo, recebeu de Elias na frente, driblou Triguinho e encobriu o goleiro santista, novamente com o pé esquerdo.

Mesmo depois de atuar durante todo o tempo da partida contra o Racing, do Uruguai, quarta-feira, na estreia da Libertadores, Ronaldo está confirmado pelo técnico Mano Menezes. "Ele tem condição. É meio difícil botar esse rapaz no banco", afirmou.

O restante da equipe deve ser o mesmo que venceu os uruguaios por 2 a 1, time que é considerado o ideal pelo treinador corintiano e aquele que vai buscar a inédita taça da competição continental. Assim, Defederico, apesar de ter saído no intervalo - deu lugar a Souza, que por sua vez foi bem - deve permanecer ao lado de Ronaldo no ataque titular. (Com Agências)

Números são favoráveis ao lateral Léo
Sem Robinho, o Santos se apoia no excelente retrospecto de outro carrasco nos clássicos contra o Corinthians: o lateral-esquerdo Léo. No atual elenco do Peixe, o jogador é o que mais vezes enfrentou o Timão com 17 jogos, com dez vitórias, três empates e quatro derrotas. Aproveitamento de 64,7%.

Apesar dos números expressivos, o lateral prefere a humildade. "Não me ligo em retrospectos, mas é uma marca contra o maior rival do Santos. Isso pesa. Agora o negócio é procurar não levar isso para o campo. Jogar sempre como se fosse a primeira vez", declarou.

Já o xodó Neymar tem outras preocupações no clássico de hoje. O jogador será a referência no ataque ao lado de André e luta para voltar a marcar após três rodadas em branco, fato que não preocupa o atacante. "Neste ano, estou jogando na direção do gol, mas para mim o mais importante é o time ganhar. Sempre que um companheiro estiver melhor colocado eu passo a bola", garantiu mostrando solidariedade. (Anderson Fattori, com agências)

Com a camisa oito, Tcheco se firma como titular do Corinthians
Quando chegou ao Corinthians, Tcheco ainda convivia com a sombra de Douglas, principal articulador do time campeão paulista e da Copa do Brasil em 2009. A comparação, confessa, não lhe agradava. O começo foi duro, com vaias. O técnico Mano Menezes então tratou de poupar seu recém-contratado. Tirou-o do time e trocou sua camisa, de 10 para 8.

Deu certo. Tcheco está mais solto e confiante. É indispensável no esquema do treinador, que pensou um Corinthians de força e toque de bola no meio-campo. O meia, embora carregue menos a bola que Douglas, ainda assim se transformou no homem do último passe. Seja em cobranças de falta ou escanteio, seja com a bola rolando.

Quatro passes para os 18 gols que o Corinthians marcou na temporada saíram dos pés de Tcheco, três no Campeonato Paulista e um na Libertadores. "Fico feliz, é quase como fazer um gol também. É difícil fazer a bola chegar em boas condição para o atacante."

Para derrotar o Santos, Tcheco prega o toque de bola na Vila Belmiro. É para cozinhar o Santos até chegar próximo do gol. Ele engrossa o coro dos corintianos, inclusive Mano, sobre o "problemão" de encarar a "gurizada" boa de bola, como ele se refere a Neymar, Paulo Henrique Ganso e André. "Será um teste de fogo para o sistema defensivo."(Da AE)

Anchieta e Imigrantes são monitoradas para evitar brigas de torcidas
O clássico de hoje ligou o sinal de alerta na Polícia Rodoviária. Depois dos confrontos envolvendo torcidas de São Paulo e Palmeiras em um posto de gasolina da Rodovia dos Bandeirantes há uma semana, a atenção foi redobrada para evitar novas confusões.

A principal preocupação, obviamente, será com o clássico entre Corinthians e Santos. Os dois times têm grande torcida na Capital e há o risco de encontro das caravanas no sistema Anchieta-Imigrantes. Mas também será realizado monitoramento dos palmeirenses, que viajarão para Rio Claro, e são-paulinos, que irão a Barueri. Cerca de 300 policias farão a segurança nos arredores da Vila Belmiro. (Com agências)