Nem mesmo a chuva que caiu durante toda a manhã atrapalhou as cerca de 200 pessoas com deficiência que participaram ontem do 8° Festival de Natação Adaptada de Santo André, no clube ADC Quattor. Além da travessia, que rendeu medalhas a todos os nadadores, 98 alunos do Nanasa (Núcleo de Natação Adaptada de Santo André) receberam o certificado do curso de natação.

O coordenador do Programa de Educação Física Adaptada da Prefeitura, Ivan Teixeira Cardoso, disse que o festival fechou o ciclo de eventos realizados no ano para pessoas com deficiência. "Tivemos festival de aventura, festival de pipas, passeio de jipe, entre outras coisas, tudo para proporcionar alegria a essas pessoas e promover a inclusão social."

Durante o evento de ontem, que reuniu alunos e ex- alunos do Nanasa e familiares, eles puderam ver em um vídeo, com cerca de 50 minutos, todas as atividades a que Cardoso se refere.

Claudia Aparecida Silva, 19 anos, de Santo André. gostou do que viu. Acompanhada da mãe, Maria Lourdes Silva, 50, vibrava cada vez que aparecia no telão. "O desenvolvimento que ela teve depois que entrou na natação foi enorme. Agora, ela se solta mais, conversa. Foi muito bom para a minha filha", comemora a dona de casa.

Embora Claudia esteja formada, já que o curso de natação demora em média seis meses - alguns casos vão até dois anos, de acordo com o desenvolvimento do aluno - ela, que tem deficiência visual e auditiva, participa das atividades recreativas todos os sábados e domingos.

Outro nadador ansioso em pular na piscina - que, embora fosse descoberta, não intimidou os alunos em meio à chuva - era Herbert Manzatto da Silva, 18. "Quando tem esse tipo de evento, ele nem dorme de tanta ansiedade", disse o pai, Marco Antonio da Silva, 48.

Segundo ele, o filho, que tem Síndrome de Down, tem a natação como sua grande paixão, embora também já tenha praticado basquete e judô.

Assim como Herbert e Claudia, a turma que se formou ontem poderá participar de todos os eventos do Nanasa a serem feitos nos próximos anos.