Medalha de prata na Olimpíada de Sidney (2000) e há 15 anos representante de São Caetano, o judoca Carlos Honorato é mais um atleta de alto nível que terá de lidar com as consequências do corte abrupto e polêmico de mais de 700 atletas da cidade.

Aos 36 anos, o judoca está em período de treinamentos no bairro de Santo Amaro (São Paulo), onde se prepara para as competições da temporada.

Com preferência para o tom diplomático ao analisar a situação, Honorato explicou que vai aguardar para saber detalhes da renegociação geral do projeto, revelada pela Secretaria de Esportes do município na semana passada. Mas não descarta negociar a ida para outro local.

"Tenho mais uns três ou quatro anos de carreira em alto nível. Não posso me dar ao luxo de perder muito tempo", afirmou o lutador. "Por enquanto, ainda estou por lá (em São Caetano). Parece que mantiveram parte da verba do judô. Mas todos foram avisados que estão disponíveis para transferências", emendou o judoca, que também já atuou na luta olímpica em Jogos Abertos e Regionais.

Ao contrário do que foi comentado na cidade desde o corte dos atletas, o judoca negou atraso de salários e qualquer tipo de crise no trabalho com a modalidade em São Caetano nos últimos anos.

"O mais difícil é tudo acontecer muito rápido. Se vão acabar com um trabalho de sucesso, teriam de fazer de forma gradativa. A cidade sempre foi uma das potências mundiais no esporte. Essa reputação não poderia se dissolver assim, de uma hora para outra", comentou.

 
COB se cala e deixa atletas na mão

Procurado pelo Diário, o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) não quis se pronunciar sobre a demissão de 700 atletas pela Prefeitura de São Caetano. A atitude deverá atrapalhar o desempenho de dezenas de atletas de ponta que estavam em fase final de preparação para competições importantes.

Em outubro, acontecem os Jogos Pan-Americanos, que serão realizados na cidade de Guadalajara, no México. Isso sem contar a Olimpíada de 2012, em Londres.

Além disso, modalidades como o taekwondo têm previstas no calendário disputa do Mundial. Diogo Silva, principal nome brasileiro da atualidade, é um dos atletas que perderam o emprego e tem seu desempenho totalmente comprometido.