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Lula disse que sou imprescindível, conta Mercadante no Twitter
Do Diário OnLine
21/08/2009 | 09:48
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Da Agência Brasil


O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) decidiu, nesta sexta-feira, permanecer na liderança do PT (Partido dos Trabalhadores) no Senado. "O presidente disse que sou imprescindível, apesar das divergências diante da postura do PT e do governo frente à crise do Senado", disse o senador em sua página no serviço de microblogging Twitter.

Mercadante discursaria ontem para oficializar a sua renúncia, mas decidiu adiar a decisão para se encontrar pessoalmente com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O encontro, que durou mais de 5 horas, ocorreu no Palácio da Alvorada e contou também com a presença do presidente nacional do PT, o deputado federal Ricardo Berzoini (SP).

A decisão de permanecer no cargo foi anunciada, na manhã de hoje, durante um discurso emocionado no plenário, após o recebimento de uma carta feita pelo presidente.

"Foi uma conversa franca, dura, sincera e profunda, que repassou toda a história do partido e o sentimento de que o governo Lula é um grande êxito econômico. Mas acho que temos cometido erros políticos. O Lula vai terminar esse governo com o presidente mais popular da história do Brasil, mas o partido vai ficar para além do Lula", afirmou.

No documento, Lula disse que, em nome de um "velho amigo e sempre companheiro", deveria permanecer no cargo. "Diante da minha história de militância eu não posso dizer não ao presidente", disse o parlamentar.

Apesar de ter optado pela permanência no cargo, Mercadante criticou a decisão da direção do PT de orientar o arquivamento dos 11 processos contra o senador José Sarney (PMDB-AP) no Conselho de Ética. "Não tivemos força para construir um caminho alternativo. Esbarramos no PMDB e na decisão da direção do meu partido, que não era a posição da bancada e nem a minha posição", afirma. "A transparência não pode se perder na governabilidade".

Segundo Mercadante, vários senadores o encorajaram a permanecer na liderança do PT na Casa. "Para minha grata surpresa, até o senador Arthur Virgilio (PSDB-AM) disse que eu não poderia sair. Conversei com a ministra Dilma e ela disse que não concordava (com a saída). Palocci ligou pra mim, José Dirceu também. Berzoini disse publicamente que eu deveria ficar, apesar das diferenças que tivemos", contou.

O senador paulista pediu desculpas à sua família e àqueles que pediram a sua renúncia ao cargo. "Aos muitos companheiros e companheiras que pediram minha saída, eu peço minhas sinceras desculpas", desabafou. "Vou continuar minha luta dentro do PT, quero mudar o rumo do partido e quero que ele ajude a mudar o rumo da política".

Histórico - O parlamentar havia decidido deixar a liderança no Senado por discordar da orientação do presidente da legenda, Ricardo Berzoini, para que a bancada votasse a favor do arquivamento das representações contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.

Em público, o petista havia pedido que o presidente da Casa se afastasse do cargo. Também chegou a defender que pelo menos uma das denúncias contra o peemedebista fosse investigada.

Na terça-feira, o senador já havia ameaçado deixar o cargo se fossem indicados senadores pró-Sarney para as vagas de suplente que o PT teria direito a indicar ao Conselho de Ética.

O parlamentar revalidou a decisão, mas na quarta-feira voltou a se mostrar contrariado. Logo após a reunião do Conselho de Ética, em que os 11 recursos apresentados pela oposição foram rejeitados, colocou o cargo à disposição. "Meu cargo está à disposição da bancada. Só não quero aprofundar a crise", disse. 

 

 

 

 




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