O deputado admitiu o uso do terreno, que fica no número 234 da rua Dráusio e tem dez metros de largura por 30 metros de extensão. Segundo Meves, ele presta o favor de receber o entulho de eleitores de baixa renda que reformam a casa e não têm dinheiro para alugar uma caçamba ou mandar retirar o material. “Mas no máximo até quarta-feira o terreno estará totalmente limpo e garanto que não vou mais depositar entulho no local”, afirmou. Ele disse ter vistoriado pessoalmente o terreno no início da semana e reconheceu o transtorno que o entulho causa aos vizinhos.

A área é murada e fechada com um portão de ferro, mas não recebe cuidado algum. Segundo os vizinhos, ratos e insetos proliferam em meio aos montes de entulho. “Existem também carros velhos e tambores, que provavelmente estão com água de chuva armazenada e podem virar focos de dengue”, disse uma vizinha, uma dona de casa que não quis se identificar “por medo de alguma perseguição política”. Para um aposentado que também mora próximo ao terreno, que também prefere o anonimato, Mevez poderia até “ajudar as pessoas”, mas “é injusto a gente ter de ficar com o lixo dos outros”.

Os moradores dizem pedir para os motoristas de caminhão e das Kombis que costumam entrar no local para não depositar o lixo e para, ao contrário, limpar o terreno, mas eles alegam que apenas seguem ordens do deputado.

“E também não conseguimos localizar o proprietário do terreno”, disse outro morador. A Prefeitura notificou o proprietário, um empresário da cidade do ramo de bebidas, e deu prazo de 30 dias para que a área seja limpa.