O novo governo argentino está às voltas com os graves problemas de ordem econômica e fiscal que ainda precisa resolver. A pressa em buscar soluçao é tanta que, mesmo depois de ser submetido a uma operaçao para tirar uma bolha de ar do pulmao, o presidente eleito do país, Fernando De La Rúa, resolveu convocar uma reuniao, na clínica em que está internado, para tentar acertar alguns detalhes do orçamento do governo para o próximo ano, que deve ser aprovado no início de dezembro.

Essa é uma das preocupaçoes dos investidores e um dos fatores que vêm causando apreensao no mercado argentino. A outra é a capacidade do governo fazer frente aos seus compromissos externos e de apertar os cintos para garantir resultados fiscais que permitam segurar a economia argentina e dar início a novas conversas com o FMI.

O acordo vigente com o FMI contempla recursos da ordem de US$ 3 bilhoes para a Argentina, mas o dinheiro pode nao ser suficiente e já se estuda ampliá-lo para pouco mais de US$ 10 bilhoes com a ajuda do BID e do Banco Mundial (Bird). O BID ainda nao sabe o montante que estará emprestando ao governo argentino. No pacote de ajuda financeira de US$ 41,5 bilhoes que está sendo concedido ao Brasil no âmbito do FMI e outros organismos internacionais, coube ao BID uma parcela de US$ 4,5 bilhoes que deve ser totalmente liberada até março do ano que vem.

A escolha do novo ministro da Economia deve começar a dar os primeiros sinais de luz no fim do túnel. O economista José Luis Machinea é o mais cotado para o cargo. Na última semana, as desconfianças dos investidores provocaram uma queda no índice Merval da Bolsa de Commercio Argentina.