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Covid-19 e protagonismo da ciência
Do Diário do Grande ABC
07/07/2020 | 23:59
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A emergência relativa à Covid-19 reforça a importância da ciência, cada vez mais essencial. Exemplos são as vacinas, respostas à necessidade de produzir alimentos para os mais de 7 bilhões de habitantes da Terra, redução das doenças e o aumento da longevidade. É preciso que a sociedade esteja consciente desse papel, o que requer, dos cientistas, esforço grande de comunicação. Em épocas de crise, fica cada vez mais visível a relevância da pesquisa, na qual os investimentos não têm sido sustentáveis no Brasil. Apesar disso, cientistas estão se mobilizando como nunca. Instituições trabalham colaborativamente, procurando entender como a Covid-19 atua na célula, ensaiando e produzindo fármacos para combatê-la. Editoras científicas disponibilizam seus acervos e agilizam a publicação de estudos.

No mundo, há mais de 1.500 medicamentos em andamento e 136 distintas vacinas contra o novo coronavírus em desenvolvimento. O Instituto Butantan e a Unifesp, em parceria com laboratórios internacionais, iniciam, em breve, ensaios clínicos de duas delas. Desde o início da pandemia, os institutos, universidades, empresas, mídia e grupos de pesquisa brasileiros mobilizaram-se em integração transdisciplinar e interinstitucional, dentro e fora do País. Redefiniram-se planos de estudos e agências como a Fapesp destinaram fundos para projetos emergenciais. Isso permitiu diálogo científico de alto nível e participação em esforços internacionais.

Simultaneamente, revelaram-se nossas deficiências na estrutura hospitalar, na notificação epidemiológica e nos recursos disponíveis. Isso deixou ainda mais claro o importantíssimo papel da ciência e de nossas instituições de pesquisa, que reagiram com agilidade, mostrando por que é essencial manter sistema sólido e internacionalizado na área. Ciência é grande protagonista: pauta o debate, propõe formatos para fomento de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) e deve balizar políticas públicas. É essencial compartilhar o conhecimento que gera com a sociedade para que, informada, ela não fique refém de afirmações distorcidas e fake news e não permita a politização da saúde e do medicamento, como ocorreu no caso da cloroquina.

A Covid-19 deixará marcas e impactará o futuro. Ainda não sabemos como. Porém, temos consciência de que será crescente a importância da interdisciplinaridade, da internacionalização e da colaboração mundial. Ao lado disso, o diálogo com a sociedade será a contraparte de políticas públicas solidamente apoiadas na melhor ciência. Talvez, então, se possa acreditar que as transformações que o novo coronavírus está exigindo quanto ao modo de fazer ciência e de divulgá-la representem bem-vindo anúncio do futuro que veio para ficar.

Franco M. Lajolo é graduado em farmácia bioquímica, doutor em ciência dos alimentos, pós-doutor e professor.


PALAVRA DO LEITOR

Sobre o verde – 1
Podar árvore no Paço Municipal de São Bernardo foi fácil e rápido. Parabéns! Tenho pedido para substituição ou remoção de árvore perigosa (risco de queda, raízes acabando com calçada e muro) há quase três anos e nada ainda! A Enel já fez a parte mais difícil, em outubro último, que era podar galhos em contato com rede elétrica e até agora estou aguardando as providências da Prefeitura de São Bernardo para a remoção e substituição. Meus pedidos protocolados no Poupatempo são 55.415, de 12 de outubro de 2017, e 70.377, de 22 de agosto de 2018, além de contato e vistoria da Defesa Civil. Será que até 2030 a Prefeitura consegue resolver isso?
Walmir Ciosani
São Bernardo

Sobre o verde
Incrível a briga sobre dita área verde na Rua Marcel Preotesco, em São Bernardo (Política, dia 4). Trata-se de plantação de exóticos eucaliptos. E quem reclama são vizinhos que não reservaram um centímetro seu para jardim. A valer a condição imposta pelo alvará de construção, ou seja, a plantação de 187 espécies nativas da Mata Atlântica, só teríamos a ganhar.
Nevino Antonio Rocco
São Bernardo

Distanciamento
Este Diário relatou esses dias sobre o total de 1.000 mortos no Grande ABC (Setecidades, dia 24). Mas parece que para a população de São Bernardo está tudo normal, às mil maravilhas. Domingo, à tarde, quando passei em frente ao Paço Municipal, no Centro, constatei dezenas de pessoas aglomeradas, caminhando, pedalando, com skate e, o pior de tudo, sem máscaras a maioria, servindo como agentes disseminadores da Covid-19, e isso a menos de 100 metros de base da Guarda Municipal e nada de fiscalização. Pelo jeito o serviço público da cidade desconhece as leis municipal e estadual sobre multas e correto uso de máscaras para garantir a segurança da população. Até quando o descaso vai continuar sendo soberano na cidade? Será preciso chegar ao número 2.000 ou mais de mortos na região para se tomar as providências necessárias?
Maria de Lourdes Barbosa dos Santos
São Bernardo

Poupança
Faz 30 anos que na calada da noite fomos esbulhados da nossa poupança. Na época do Plano Collor, a maioria dos poupadores tinha mais de 30 anos, ou seja, agora muitos já passaram dos 60 anos. No meu caso, 90 anos. As autoridades falam tanto nos direitos dos idosos, mas é pura balela. Há pouco tempo, o autor do confisco, Collor de Mello, veio a público dizer que errou e pediu desculpas. Se tivesse um mínimo de sensatez e vontade de reparar os erros, deveria lutar para devolver nosso dinheiro. Estou de acordo com o arrazoado do leitor Nelson Sanchez (Poupança, dia 26). De que lado estão os togados? Quanta injustiça perpetrada em nome da Justiça.
Octavio David Filho
Ribeirão Pires

Covid pega Bolsonaro
Meu falecido avô dizia que bicho ruim não aprende mesmo! Tal qual Jair Bolsonaro, que, pego pela Covid-19, irresponsável como é, ao anunciar aos jornalistas a sua enfermidade ainda foi capaz de tirar a máscara. Certamente, apavorado de estar infectado com coronavírus, não parou de rir. E, como se estivesse preocupado com a saúde do povo brasileiro (que nem médico tem no Ministério da Saúde), recomendou aos idosos e pessoas com comorbidades que fiquem em casa. Mas que os jovens não devem se preocupar (nas estatísticas são 26% dos óbitos e infectados gravemente). Esse é Bolsonaro, que receita cloroquina! Disse também que a Covid-19 não passa de ‘gripezinha’ e ‘histeria’ da imprensa. E, quando questionado pelos milhares de óbitos, caminhando para os 70 mil no País, simplesmente disse ‘e daí?’. Sinceramente, desejo pronta recuperação ao presidente. Porém, e infelizmente, não será este inapto e conflituoso Bolsonaro que – incapaz de respeitar a ciência – vai conseguir unir, e desenvolver, como prometeu, o País.
Paulo Panossian
São Carlos (SP) 




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