O empate de 0 a 0 com o líder Sao Caetano, segunda-feira à noite, em Recife, ainda mantém as esperanças do Santa Cruz de classificar-se para os play-offs da fase quartas-de-final da Série B do Campeonato Brasileiro. Porém com os atuais 27 pontos, nao dependerá apenas de si. Melhor para o XV de Piracicaba, com 30 pontos, que poderá empatar com o Ceará, com 29, em Fortaleza - dependendo, é claro, dos resultados de CRB (29) e ABC (27).

O Sao Caetano segue na liderança isolada, agora com 42 pontos, aguardando apenas a definiçao do adversário da próxima fase. Em Recife, no entanto, o time dirigido por Luiz Carlos Martins sofreu uma perda para o resto da competiçao e inclusive em boa parte do próximo ano. O atacante Marquinhos, ex-Comercial-SP, Noroeste e Portuguesa, após um carrinho desleal e criminoso de Renato Carioca, sofreu fratura da fíbula e teve luxaçao e rompimento dos ligamentos do tornozelo esquerdo. Ele será operado em Sao Paulo e ficará, no mínimo, dois meses fora do futebol. Marquinhos jogou várias temporadas pelo Comercial, inclusive no acesso da antiga Divisao Intermediária, em 1993. Canhoto, oscilava boas e péssimas atuaçoes. Era capaz de perder gols fáceis e fazer os difíceis.

Por isso, tinha empatia com a torcida. Na Série B, marcou dois gols pelo Sao Caetano e ganhou, dos torcedores do ABC paulista, o apelido de Pitt-bull. Sua ausência talvez nao será tao sentida pois era um dos reservas de luxo do Sao Caetano, que possui um elenco grande. O artilheiro do time, Moisés, com 6 gols, por exemplo, também já é reserva há muito tempo. Sorte de Martins.

A contusao de Marquinhos é um exemplo de jogadas ríspidas nas divisoes menos badaladas do futebol brasileiro. Enquanto na Série A predominam o talento e a técnica dos jogadores, na B e na C o choque corporal é mais freqüente, o que nao significa apenas deslealdade. O próprio Fluminense sente as dificuldades na Série C.

Ninguém quer perder e a correria é grande. Alguns zagueiros truculentos abusam na marcaçao e provocam contusoes sérias nos atacantes adversários. A Série B deste ano pode ser comparada à Série A2 do Campeonato Paulista em dificuldade e equilíbrio. Poucos sao os times que deslancham na liderança e poucos sao os mais fracos. Por isso, cada jogada torna-se decisiva. Em clássicos regionais, a rispidez costuma ser maior.