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Região tem 21 mil pessoas sem diagnóstico

Em São Bernardo, são dez mil pacientes que foram a centros médicos com sintomas da Covid e aguardam resultados

Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
23/06/2020 | 08:15
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Pixabay


O Grande ABC tem mais de 21 mil casos suspeitos ou aguardando resultado de exames para saberem se estão ou estiveram com o novo coronavírus. Levantamento realizado pelo instituto de pesquisas ABC Dados com base nos boletins informativos diários das sete prefeituras indicam que 21.685 diagnósticos de pessoas que procuraram centros de saúde esperam por confirmação relativa à Covid-19.

Os municípios apresentam situações bastante diferentes. Enquanto São Bernardo, por exemplo, indica 10.651 suspeitos da doença, São Caetano reporta que apenas 67 pessoas estão nestas condições. E ambos vêm realizando testagem em massa nos munícipes.

Diversas são as situações que podem ser englobadas neste índice de suspeitos e/ou em investigação. “Às vezes pode ser teste negativo, mas (a pessoa) tem sinal e sintoma, então fica como suspeito. Porque, para confirmar a doença na página do Ministério (da Saúde), precisa ter teste positivo. De repente teve janela imunológica, não fez a coleta PCR no tempo correto, demorou a buscar o sistema de saúde, teve sintoma e, depois que voltou, não foi feita sorologia. São ‘N’ fatores”, explicou Fernando Luiz Affonso Fonseca, vice-reitor do centro universitário e coordenador do laboratório de análises clínicas da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC) – único local na região chancelado pelo Instituto Adolfo Lutz a realizar testes que dispensam contraprovas.

Segundo a epidemiologista e professora do curso de medicina da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) Sonia Regina Pereira de Souza, “em investigação é aquele que não fechou diagnóstico. Que foi feita a coleta e está aguardando análise laboratorial”.

Independentemente dos números, a docente faz uma ressalva. “O fato de as pessoas terem ou não o resultado não é o mais importante, mas ter monitoramento médico, receber o cuidado como se fosse positivo. É conduta clínica. Se o paciente é suspeito e preenche critérios, já se inicia tratamento caso necessário. Ele fica, por exemplo, em isolamento domiciliar e com acompanhamento médico. Este paciente não fica desassistido. Tem protocolo que, mesmo que não tenha confirmação, tem tratamento clínico preconizado para paciente Covid”, pontua. “Em muitos casos médico fecha diagnóstico sem aguardar resultado, só com sinais e sintomas. Fecha com critério clínico. Ou pela investigação epidemiológica, caso o paciente tenha tido contato com alguém positivo. Já inicia tratamento em cima disso”, complementa Sonia.
Em resposta ao Diário, a Prefeitura de São Bernardo explicou que “o número de casos em investigação engloba o quadro de pacientes já testados, que aguardam resultado de exame. Isso porque o município vem aumentando a testagem em massa, abrangendo novos grupos, como gestantes e idosos com comorbidades,além dos funcionários da saúde e guardas-civis, já testados”.

De acordo com a secretária de Saúde de São Caetano, Regina Maura Zetone, os baixos índices da cidade têm explicação. “Temos muito poucas pessoas em fase de investigação porque fazemos testes em laboratórios conveniados, sem depender do Adolfo Lutz, que é o que mais demora na entrega. Testamos na semana passada mandar alguns para eles, que disseram que estavam com sobra de testes para fazer, mas acaba demorando mais de dez a 15 dias para vir o resultado. Então voltamos a fazer só nos nossos laboratórios e temos os resultados em, no máximo, 48 horas do teste PCR. Por isso (quase) não temos pessoas aguardando resultados de exames.” 




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