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Festa junina em casa é a aposta dos supermercados

Sem quermesses e aglomerações, consumidor ainda vai às gôndolas para não deixar a data passar em branco

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
18/06/2020 | 09:19
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Denis Maciel/DGABC


Os tradicionais festejos juninos serão fortemente impactados pela pandemia do novo coronavírus. Com isso, a expectativa dos supermercados da região de venderem os produtos típicos, como paçoca, canjica, pipoca e amendoim, entre outros, também está menor. A esperança para o setor são as pequenas comemorações em casa ou até mesmo no trabalho, já que as tradicionais quermesses e festas em escolas, clubes e igrejas não vão ser realizadas neste ano.

De acordo com pesquisa feita pela Apas (Associação Paulista de Supermercados), divulgada no início do mês, neste período os supermercados vão oferecer os produtos típicos, como acontece todos os anos, porém, com expectativa de vendas menor. Na Grande São Paulo, a projeção é de crescimento das vendas em 1,1%. Já no Estado, a estimativa é de 0,6%.

No ano passado, o resultado para o mês de junho foi de crescimento de 3,7%. “A não realização de eventos juninos devido à orientação de se evitar aglomerações e a falta de procura dos restaurantes para oferecer doces e produtos típicos aos clientes são as principais causas para esta queda”, afirmou o presidente da Apas, Ronaldo dos Santos.
A rede Joanin, que tem 18 lojas, sendo 14 delas na região, estima vender, em média, 7% menos do que no ano passado nos produtos juninos. Segundo o diretor de RH (Recursos Humanos) Alécio Castaldelli Júnior, a situação não poderia ser diferente. “As festas acontecem muito dentro de escolas e clubes recreativos, mas com a suspensão das aulas e proibição dos clubes, a queda nas vendas já era esperada. As quermesses em igrejas também não vão acontecer, e isso ajudava muito a impulsionar as vendas”, afirmou.

Mesmo com o distanciamento, a Coop, que possui 32 unidades de supermercados, sendo 24 na região, estima aumento nas vendas de 9% no consumo dos produtos típicos, percentual superior aos 7% registrados em 2019.

“As categorias que abrangem os produtos juninos estão com crescimento contínuo desde o início da pandemia, ocorrido em março. O isolamento físico imposto pela crise sanitária tem levado as pessoas a consumir e a cozinhar muito mais em casa”, afirmou o gerente de compras de mercearia, marcas próprias e importação, Eder Fernandes.
O fato é que a comemoração de São João não vai passar em branco. A técnica de enfermagem Josefa Correia de Santana, 50 anos, é moradora da Vila Helena, em Santo André, e atua no setor de hemodiálise no Hospital do Servidor Estadual, na Capital. Ela pretende levar canjica para os colegas de trabalho. “É uma data que a gente gosta muito e costuma até se vestir tipicamente. Este ano não vai dar para fazer uma festinha, mas cada um vai levar um prato para não passar em branco. Tudo sem aglomeração, com cada um comendo a sua porção. Isso é o que dá para fazer”, disse.

O Joanin também realizou uma ação semelhante com os funcionários. Foi distribuída uma sacola junina para cada um, com itens tradicionais, já que não vai ser possível fazer festa. “As famílias devem comemorar em casa, principalmente naquelas onde há crianças”, disse Castaldelli Júnior.
E Josefa, que é fã de festas juninas, fez um apelo a todos. “Vamos usar máscara e ficar longe de aglomerações, para, assim que passar tudo isso, comemorarmos com muita festa”, disse. 




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