O disco do quarteto é totalmente independente. Segundo o baterista Ricardo Moreira, cada um dos integrantes teve uma tarefa: a ele, coube o papel de principal compositor; a Élcio Belotti, fazer a arte da capa do CD. E todos participaram com idéias, empenho e muita dedicaçao para passar oito meses conciliando o trabalho em outras empresas com as gravaçoes em estúdio.

"O dinheiro para bancar o projeto veio do nosso próprio suor", garante Ricardo, que é metalúrgico da Volkswagen, ao lado do guitarrista Serginho Luís. "Metalúrgico também ouve jazz", brinca o baterista, lembrando que foi a afinidade musical que o aproximou de Serginho.

Ari Reis, o vocalista, nao é metalúrgico. Mas é funcionário de uma empresa fornecedora da Volkswagen. Élcio Belotti, por sua vez, trabalha em artes gráficas.

Com uma formaçao parecida (antes, o vocalista era Diomar Pereira), a Salada Mística foi criada em 1997. A princípio, tocava blues. Aos poucos, porém, as influências de cada um acabaram por formar um outro estilo, que Ricardo define como "MPB com guitarras".

Ouvindo o disco, nota-se uma clara proximidade com a banda Barao Vermelho, liderada por Roberto Frejat. "A comparaçao é inevitável, por causa da voz do Ari, embora eu nao veja tanta semelhança". O baterista prefere ficar com a definiçao que a revista Guitar Player fez do seu trabalho: um pop com harmonia de jazz.

Para esclarecer essa dúvida, a Salada Mística promete mostrar neste domingo todo o repertório do CD. O show tem a participaçao especial do tecladista Ruy Vidotto.