Economia Titulo Longo processo
Ex-funcionários acusam Dolly de dar calote

Demitidos há dois anos, trabalhadores afirmam que ainda não receberam as multas rescisórias

Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
17/06/2020 | 15:44
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Banco de Dados/DGABC

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 Após passados dois anos desde que foram demitidos, muitos dos 700 ex-funcionários da fabricante de refrigerantes Dolly, que possui unidade em Diadema e centro de distribuição em São Bernardo, reclamam de ainda não terem recebido seus direitos. Os desligamentos aconteceram em junho de 2018, praticamente 30 dias após a prisão do empresário Laerte Codonho, dono do grupo, acusado de sonegação, lavagem de dinheiro e fraude fiscal em investigação do MP-SP (Ministério Público de São Paulo).

A informação sobre a falta do recebimento das indenizações e rescisões chegou ao Diário por meio de denúncia de ex-colaboradores, que não querem se identificar com medo de represálias.

Um dos ex-trabalhadores, que prestou serviços por sete anos para a empresa, conta que dois anos depois nenhum esclarecimento por parte da companhia foi dado e que não há previsão de quando irão ver “a cor do dinheiro”. “Recebemos na época o nosso FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e o seguro-desemprego, o restante, até hoje, não foi pago”, falou o profissional.

Outro ex-funcionário disse ao Diário que máquinas que poderiam ser vendidas para pagar os que foram demitidos, por exemplo, não podem ser comercializadas porque, segundo ele, não estão no nome do empresário, mas em nome de laranjas. “Por isso que será muito difícil a gente receber. Só por Deus mesmo.”

Encarregado de seção disse à reportagem que tentou por três vezes negociar com a empresa antes de abrir processo. “Tentei ver a possibilidade de receber de boa, sem ter que acionar a Justiça, mas não teve como. No fim do ano passado dei entrada nas papeladas. A última informação que tenho é que a audiência, que estava marcada para o inicio deste mês, foi cancelada por causa da pandemia (do novo coronavírus). O juiz deu a sentença a meu favor, no entanto, minha advogada já me comunicou que a Dolly pediu embargo à decisão e faz questão da audiência”. Ainda segundo ele, se receber os valores rescisórios é um direito, não entende por que não o pagam, afinal, a empresa de refrigerantes “deve ter como pagar seus funcionários diante do quanto vende”.

Ainda de acordo com a denúncia recebida, após as demissões, muitas pessoas foram contratadas para as mesmas funções que os ex-colaboradores exerciam. No entanto, todos com remunerações menores.

Contatada pela equipe de reportagem do Diário, a companhia encaminhou, por meio de nota, que “as empresas encontram-se em recuperação judicial, sendo certo que cumprem e cumprirão todas as determinações legais. Todos os credores da Dolly terão seus créditos satisfeitos em momento oportuno a ser definido pelo curso do procedimento recuperacional.”




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