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Jadel Gregório crava a melhor marca do ano no salto triplo
Eduardo Merli
Do Diário do Grande ABC
06/06/2004 | 22:00
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Ele ainda não é um novo João do Pulo, mas chega cada vez mais próximo. O paranaense Jadel Gregório saltou neste domingo 17,72m em sua participação no Troféu Brasil de Atletismo, no Estádio Ícaro de Castro Mello (Ibirapuera), e está a apenas 17 cm do ídolo do salto triplo nacional. No auge da sua carreira, no anos 70, João do Pulo conseguiu, no Pan-Americano do México, em 1975, o recorde de 17,89m – marca imbatível por dez anos.

Jadel conquistou o melhor salto triplo mundial do ano. O sueco Christian Olsson, atual campeão mundial, marcou 17,61m na última sexta-feira em uma competição realizada em Turim, na Itália. Também foi o melhor salto de sua carreira ao ar livre – tinha feito 17,46m em fevereiro, quando obteve o índice para a Olimpíada de Atenas.

Jadel acha que seu resultado não representa nada em relação à Olimpíada. “Preciso continuar saltando acima dos 17m para conseguir uma medalha lá em Atenas”, afirmou. Mas reconheceu que estar um pouco mais perto do ídolo João do Pulo é uma honra. “Não esperava nem saltar 17,50m. Como não posso estar feliz com 17,72m?” indagou.

De dois anos para cá os holofotes começaram a evidenciar Jadel no cenário internacional. Em 2002, ele conseguiu um lugar na Copa do Mundo em Madri (Espanha), como representante das Américas, e no mesmo ano foi para a final do Grand Prix de Paris.

Uma de suas maiores proezas foi em Samara, na Suíça, quando saltou 17,35m no Meeting Indoor e estabeleceu novo recorde sul-americano. Atualmente, ele está em segundo no ranking da Federação Internacional de Atletismo (IAAF).

Neste domingo, no Troféu Brasil, um batalhão de repórteres já o perseguia. O paranaense, de Jandaia do Sul, mostrou simplicidade ao analisar sua carreira. Tirar os pés do chão para ele só se for nas competições. “A vida que eu levo é difícil. Eu fico longe da minha família muito tempo. Tem dia que eu não durmo. Sinto dor. Tenho de fazer regime rigoroso. Então para quem acha que eu levo vida fácil, por favor...”

Jadel se definiu como um “cara família”. Veio para São Paulo em 1998, mas somente nos últimos meses mora sozinho. Quando não está treinando, o atleta gosta mesmo é de pegar o carro para conhecer os pontos da cidade que não conhece. Tudo ao som do hip hop, seu ritmo preferido.

Para manter seus 103 kg (o atleta tem 2,02m de altura), Jadel pega firme no regime. Mas só na época de treino. “Sou um ser humano, não desperdiço um bom bife com arroz e feijão, que faço em casa, um bom lanche ou pizza.”

O brasileiro promete que não é impossível ir mais longe no atletismo. “Minha força é a vontade”, disse. “Nunca fui a laboratório e não preciso disto. O Jadel é humano e quer chegar longe. O segredo para saltar longe é a minha vontade.”




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