À seguir, cenas de mais uma capítulo já assistido pelo Corinthians. A equipe do técnico Ademar Braga novamente saiu na frente do River Plate nesta quarta, no Pacaembu, no jogo de volta válido pelas oitavas da Libertadores. Mas, da mesma forma que o jogo da semana passada (em que perdeu por 3 a 2), não conseguiu atestar o resultado, permitiu a virada dos argentinos e está eliminado da competição sul-americana.

Com uma boa atuação no primeiro tempo, o navio corintiano começou afundar no começo do segunda etapa, com o gol contra do lateral Coelho, o que visivelmente desestabilizou a equipe em campo e proporcionou mais dois gols do atacante Higuain, verdadeiro algoz corintiano da vez.

Nos final do jogo, as cenas lamentáveis de confronto dos milhares de torcedores com os policiais caracterizaram de forma ainda mais negativa a pior tragédia corintiana da temporada. Tanto que o árbitro chileno Carlos Chandía prudentemente encerrou a partida quatro minutos antes do término do tempo regulamentar, por falta de segurança.

Esta foi a segunda vez que o Corinthians foi eliminado pela equipe argentina em Copa Libertadores. Três anos atrás, o mesmo River eliminou o Timão, também na fase das oitavas.

E agora? - Com a necessidade apenas de um empate sem gols para garantir a vaga para a próxima fase, o River entrou em campo com uma formação mais puxada para o 3-4-3 como a opção mais eficiente para suprir os desfalques que teve para a partida.

Com o já tradicional 4-4-2 de Ademar Braga, o Corinthians botou pressão desde o início e buscou esquentar o jogo. Carlos Alberto e Ricardinho procuravam usar passes rápidos para surpreender a marcação Argentina, mas o meio-campo congestionado dificultava as ações do Timão. Com isso, as finalizações praticamente não ocorreram nos primeiros 20 minutos.

Mas o ímpeto corintiano prosseguia, mesmo que de forma descoordenada. Carlos Alberto foi o mais acionado nas conexões do meio com o ataque e articulou a maior parte das jogadas ofensivas em boas tabelas com Coelho pela direita.

A primeira chance real de gol, porém, veio só aos 28. Tevez recebeu passe, carregou pelo meio e chutou forte, de fora da área. O goleiro Lux espalmou para fora.

Coeso na marcação, o River apostou na tentativa dos contra-ataques durante todo primeiro tempo. Mas praticamente não criou chances e, aos 38, levou o primeiro gol. Ricardinho cobrou falta da intermediária. Nilmar, de costas, subiu mais que a zaga Argentina e conseguiu desviar para o fundo das redes.

Dois minutos depois, quase o Timão foi para intervalo com uma vantagem ainda maior no placar. Nilmar dominou pela direita, se livrou de dois marcadores, mas bateu fraco para o gol.

O começo do fim - Com a vantagem, o Corinthians veio para o segundo tempo com um ritmo mais ameno e um tanto desatento. Mas, consciente de que o resultado ainda era perigoso, apertou a marcação sobre os argentinos e tentou valorizar toda posse de bola conquistada.

O River, por sua vez, teve de mudar a estratégia e começou a investir mais no ataque pelos flancos, na tentativa de aproveitar mais os espaços proporcionados pela marcação adversária. E deu certo. De tanto pressionar, conseguiu o empate logo aos 11. Após uma sucessão de cruzamentos para a área, Coelho tentou interceptar pela direita, mas fez contra: 1 a 1.

O gol visivelmente abalou os jogadores do Corinthians, que não conseguiu mais atacar com perigo. E a verdadeira ‘ducha de água fria’ para o alvinegro veio aos 26. Após contra-ataque, Gallardo abriu para Higuain, que bateu no ângulo de Silvio Luiz e virou o jogo para o River. 

Mas teve mais. E do próprio Higuain, que novamente recebeu dentro da área, desviou para o gol e fechou o caixão corintiano por 3 a 1.

Com o resultado praticamente irreversível, a torcida começou um protesto em massa, invadiu, chegou a estourar os portões do Pacaembu e entrou em confronto direto com os policiais. Temendo pelo pior, o árbitro chileno Carlos Chandía encerrou a partida quatro minutos antes do tempo regulamentar.

Baixas - De acordo com a reportagem do canal Sportv, até às 00:25 desta sexta, pelo menos seis pessoas com ferimentos graves em decorrência do confronto do Pacaembu foram internadas em hospitais da capital.

Corinthians
Sílvio Luiz; Coelho (Eduardo), Marcus Vinícius, Betão e Rubens Júnior; Marcelo Mattos, Xavier (Roger), Ricardinho e Carlos Alberto (Rafael Moura); Nilmar e Tevez
Técnico: Ademar Braga

River Plate
Lux; Tula, Cáceres e Gerlo; Ferrari, Ahumada, Santana, Gallardo e Dominguez; Abán (Higuain) e Farías
Técnico: Daniel Passarella

Local: Estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP)
Árbitro: Carlos Chandía (Chile))
Gols: Nilmar, aos 38min do primeiro tempo; Coelho (contra), aos 11min, Higuain, aos 27min e aos 36min do segundo tempo