Uma professora de 31 anos, testemunha da explosão, disse ter visto quando três garotos, com idades entre 15 e 16 anos, se aproximaram da lixeira. Um deles trazia uma latinha de cerveja nas mãos com um pavio preso a uma das extremidades. O trio teria permanecido próximo da lixeira por alguns minutos, tempo suficiente para acender o pavio. Depois, eles caminharam para longe da praça de eventos. “Achei tudo aquilo muito estranho”, disse a professora.
Após alertar sua mãe sobre a cena que flagrou, ela caminhou com seu filho, de apenas cinco anos, em direção a um dos seguranças do shopping. Os dois escaparam ilesos do acidente.
Uma das feridas, a aposentada Conceição Antonia Avanze, 64 anos, seguia poucos metros atrás. “Dei quatro passos e ouvi o estrondo. Na hora, pensei que tivesse sido apenas uma brincadeira sem graça. Nunca iria imaginar que se tratasse de uma bomba”, afirmou a professora.
Quando se virou, a professora viu Conceição debruçada sobre o carrinho de compras de um hipermercado anexo ao shopping. “Eu não senti mais nada. Minha cabeça estava doendo e minhas pernas sangravam muito”, disse a aposentada. Ela teve de levar três pontos em uma das pernas, para fechar o ferimento.
Além da aposentada, outras três pessoas foram atingidas por pedaços de madeira que se soltaram da lixeira onde estava a bomba. Todas as vítimas tiveram ferimentos nas pernas e foram levadas pelo Corpo de Bombeiros para o Hospital Nardini, em Mauá. O grupo foi liberado por volta da 0h desta quinta, após receber medicação.
Após a explosão, um tumulto tomou conta do shopping. Temendo novas bombas, muitos freqüentadores correram para fora do Mauá Plaza. A estudante Denise Helena Andrade, que estava acompanhada por um grupo de amigos, entrou em estado de choque e também teve que ser levada ao hospital. No momento do atentado, ela estava próxima do local onde o Papai Noel recebia as crianças. “Estávamos vendo os enfeites quando ocorreu a explosão. Ninguém esperava aquilo.”
Fitas de duas câmeras de segurança do shopping, instaladas próximas do local da explosão, foram apreendidas pela polícia. O material será analisado pelo Instituto de Criminalística. Policiais não descartam a possibilidade de os três adolescentes descritos pela professora aparecerem nas imagens. As fitas foram vistas pela polícia e pela gerência do shopping. Neste exame preliminar, porém, os adolescentes não foram identificados nas imagens.
Para o gerente geral do shopping, Fernando Rodriguez, a explosão não passou de uma “brincadeira de mau gosto”. Segundo ele, o sistema de segurança do lugar não será alterado. “Tudo não passou de um problema pontual”, argumentou Rodriguez.
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