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Bomba em shopping tem 3 suspeitos
Rodrigo Cipriano
Do Diário do Grande ABC
11/12/2003 | 21:12
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A polícia suspeita que um grupo de adolescentes tenha sido responsável pela bomba de fabricação caseira que explodiu por volta das 22h desta quinta no Mauá Plaza Shopping, na região central da cidade. O artefato estava dentro de uma lixeira de madeira, na praça de eventos do shopping, perto de um Papai Noel que conversava com algumas crianças. Três mulheres e um homem foram atingidos pelos estilhaços da explosão e tiveram ferimentos leves. Nenhuma das vítimas corre risco de morrer. O shopping estava lotado, o que provocou um princípio de pânico, mas a administração do lugar não soube dizer quantas pessoas havia na hora do incidente.

Uma professora de 31 anos, testemunha da explosão, disse ter visto quando três garotos, com idades entre 15 e 16 anos, se aproximaram da lixeira. Um deles trazia uma latinha de cerveja nas mãos com um pavio preso a uma das extremidades. O trio teria permanecido próximo da lixeira por alguns minutos, tempo suficiente para acender o pavio. Depois, eles caminharam para longe da praça de eventos. “Achei tudo aquilo muito estranho”, disse a professora.

Após alertar sua mãe sobre a cena que flagrou, ela caminhou com seu filho, de apenas cinco anos, em direção a um dos seguranças do shopping. Os dois escaparam ilesos do acidente.

Uma das feridas, a aposentada Conceição Antonia Avanze, 64 anos, seguia poucos metros atrás. “Dei quatro passos e ouvi o estrondo. Na hora, pensei que tivesse sido apenas uma brincadeira sem graça. Nunca iria imaginar que se tratasse de uma bomba”, afirmou a professora.

Quando se virou, a professora viu Conceição debruçada sobre o carrinho de compras de um hipermercado anexo ao shopping. “Eu não senti mais nada. Minha cabeça estava doendo e minhas pernas sangravam muito”, disse a aposentada. Ela teve de levar três pontos em uma das pernas, para fechar o ferimento.

Além da aposentada, outras três pessoas foram atingidas por pedaços de madeira que se soltaram da lixeira onde estava a bomba. Todas as vítimas tiveram ferimentos nas pernas e foram levadas pelo Corpo de Bombeiros para o Hospital Nardini, em Mauá. O grupo foi liberado por volta da 0h desta quinta, após receber medicação.

Após a explosão, um tumulto tomou conta do shopping. Temendo novas bombas, muitos freqüentadores correram para fora do Mauá Plaza. A estudante Denise Helena Andrade, que estava acompanhada por um grupo de amigos, entrou em estado de choque e também teve que ser levada ao hospital. No momento do atentado, ela estava próxima do local onde o Papai Noel recebia as crianças. “Estávamos vendo os enfeites quando ocorreu a explosão. Ninguém esperava aquilo.”

Fitas de duas câmeras de segurança do shopping, instaladas próximas do local da explosão, foram apreendidas pela polícia. O material será analisado pelo Instituto de Criminalística. Policiais não descartam a possibilidade de os três adolescentes descritos pela professora aparecerem nas imagens. As fitas foram vistas pela polícia e pela gerência do shopping. Neste exame preliminar, porém, os adolescentes não foram identificados nas imagens.

Para o gerente geral do shopping, Fernando Rodriguez, a explosão não passou de uma “brincadeira de mau gosto”. Segundo ele, o sistema de segurança do lugar não será alterado. “Tudo não passou de um problema pontual”, argumentou Rodriguez.




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