O São Caetano não conseguiu segurar o Furacão na Arena da Baixada e perdeu a primeira partida da final do Campeonato Brasileiro por 4 a 2. Agora, a vantagem para a segunda partida, domingo, no estádio Anacleto Campanella, passou para a equipe paranaense, que pode perder até por um gol de diferença. Como era previsto, o jogo foi aberto e de muitos gols, característica dos dois times durante toda a competição.

A bola rolou e o São Caetano foi para cima para mostrar que não estava nervoso. Mas estava. Numa seqüência de erros do esquema defensivo, o Atlético abriu o placar com Ilan, aos quatro minutos. O atacante recebeu na grande área e não teve trabalho para se livra dos marcadores. Sílvio Luiz saiu e não encontrou nada. Depois do gol, o Furacão foi todo para a frente e seus zagueiros jogavam no meio do campo. Mas, aos poucos, o Azulão se ajustou e equilibrou o jogo.

A melhor jogada do São Caetano aconteceu aos 20 minutos. Anaílson cruzou da esquerda para Magrão cabecear. A bola tirou tinta do poste superior do goleiro Flávio. O time paranaense sedia espaço para os jogadores do meio-campo do São Caetano, que aproveitavam bem as oportunidades.

O São Caetano chegou ao empate aos 31 minutos, em cobrança de falta de Mancini. Adãozinho deu um toque e o lateral chutou de longa distância. Flávio aceitou. O Azulão passou a dominar o jogo e só não ampliou nos minutos finais porque Cocito salvou de cabeça de baixo do gol. A torcida atleticana pedia raça ao seu time.

O segundo tempo começou ainda mais emocionante. Aos dois minutos, Serginho cobrou falta da meia direita e a bola bateu na trave. Aos seis foi a vez de Ilan, que sozinho também chuto no travessão.

A virada do Azulão aconteceu aos oito minutos. Mancini cobrou falta, que tocou na barreira. A bola sobrou para Marcos Paulo. O lateral chutou para fazer 2 a 1. A resposta do Atlético foi rápida. Aos dez minutos, com troca de passes rápida, Alex Mineiro chutou cruzado e empatou: 2 a 2. O jogo pegou fogo e a torcida voltou a apoiar o Furacão.

A partida era digna de final, e o torcedor sofria na arquibancada. Alessandro salvou o Atlético de cima da linha, e o time da casa devolveu o perigo com o terceiro gol, outra vez de Alex Mineiro, aos 35 minutos. O atacante fez um golaço, driblando praticamente toda a defesa do Azulão. Já nos descontos, Daniel cometeu pênalti em cima de Adriano, em uma saída errada do volante Simão. Alex Mineiro cobrou aos 37 minutos para fazer 4 a 2 e liquidar o jogo.

Atuações

Sílvio Luiz – eficiente tanto nas bolas aéreas quanto nas rasteiras. Embora não tenha tido culpa nos gols do adversário, acabou prejudicado pelos erros dos demais jogadores da equipe. Nota 6.

Mancini – apoiou com personalidade, mas ficou devendo na marcação, principalmente nos minutos finais do jogo. Teve participação na jogada que originou o segundo gol do São Caetano e fez o primeiro. Nota 6,5.

Daniel – embora tenha tranqüilizado a equipe nos minutos iniciais da partida, quando o São Caetano levou o primeiro gol, não conseguiu repetir as boas atuações do últimos jogos no Brasileiro. Ficou devendo principalmente por ter cometido o pênalti que originou o quarto gol atleticano. Nota 5.

Dininho – mostrou insegurança nos primeiros 45 minutos. Assim como Daniel, ficou devendo, principalmente nas bolas rasteiras. Nota 5.

Marcos Paulo – errou muitos passes, mas apoiou com eficiência. Teve dificuldades para segurar o ligeiro Alessandro. Salvou sua pele ao marcar o segundo gol do Azulão. Nota 6,5.

Simão – o melhor jogador do São Caetano na partida. Foi um leão tanto na marcação quanto no apoio ao ataque. Mas, como de costume, abusou das faltas e merecia ter levado o cartão amarelo. Nota 7,5.

Serginho – teve um primeiro tempo brilhante, no qual minou o poderio ofensivo do Atlético. Mas, como o restante da equipe, caiu de produção nos 20 minutos finais. Nota 6,5.

Adãozinho – assim como Simão, soube marcar e atacar com eficiência, mas se deixou levar pela pressão do adversário e apenas assistiu ao Atlético jogar nos minutos finais. Nota 6,5.

Esquerdinha – mais uma vez teve uma atuação abaixo da media. O pulmão do São Caetano parece ter entrado em colapso. Falhou na marcação e esteve apagado no ataque. Nota 5.

Anaílson – caçado em campo pelos adversários, não teve condições de apresentar o seu melhor futebol e mais uma vez acabou substituído por Muller. Nota 6.

Muller – a carreira acabou, mas ele ainda não se deu conta disso. Foi apenas um número em campo. Nota 3.

Magrão – o salvador do São Caetano na fase semifinal contra o Atlético Mineiro foi fortemente marcado pelos adversários e teve poucas oportunidades de finalizar a gol. Nota 6.

Jair Picerni – armou a equipe como de costume e fez a mesma mudança de sempre ao colocar Muller no lugar de Anaílson. Jogada já manjada pelo adversário. Nota 5.

Atlético-PR – Aproveitou a vantagem de jogar em casa. Soube marcar o ataque do Azulão e ainda contou com a sorte nos minutos finais. Nota 8.