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Índice de preços ao produtor nos EUA recua 0,1%
Da AFP
10/09/2004 | 17:37
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O índice de preços ao produtor nos Estados Unidos caiu 0,1% em agosto na comparação com julho, segundo números divulgados nesta sexta-feira pelo Departamento de Trabalho americano. O núcleo do índice (excluindo alimentos e energia) também recuou 0,1%.

Ao mesmo tempo em que os números foram bem vistos pelos analistas, pois sinaliza que a inflação está sob controle, eles também devem ser vistos com cautela. "Estas cifras sugerem que as empresas não repassaram a alta dos preços da energia aos preços finais nos últimos dois meses", destacou Marie-Pierre Ripert, analista do CDC Ixis Capital Markets. "São boas notícias para a inflação, mas certamente não para o crescimento, já que as empresas provavelmente se manterão prudentes na hora de contratar e aumentar os salários, para compensar a forte alta dos preços ao produtor", acrescentou.

A moderação da inflação reduz a pressão para que o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) aumente o ritmo do alta dos juros.

Déficit comercial - Em outro relatório, o Departamento do Comércio informou que o déficit comercial americano diminuiu em julho, por causa da surpreendente redução das importações — pela primeira vez em quase um ano — e do aumento das exportações.

O déficit caiu 8,9% em julho comparado com o mês anterior, para US$ 50,1 bilhões, a maior queda desde dezembro de 2001. Apesar da redução, o déficit de julho é o segundo maior já registrado.

"A situação continua horrível", comentou o economista independente Joel Naroff. "De qualquer forma, as exportações aumentaram, enquanto as importações diminuíram, uma tendência que me agrada", acrescentou.

Dados econômicos recentes sugerem uma desaceleração do ritmo de crescimento econômico nos Estados Unidos e modestas pressões inflacionárias. Mas o presidente do Fed, Alan Greenspan, disse nesta semana que a expansão econômica "vem recuperando um pouco de vigor".

Alguns economistas se mantêm céticos. Para Richard Berner e Shital Patel, do Morgan Stanley, os dados macroeconômicos recentes "dão apenas esperança de que a recuperação ganha força". Já Nariman Behravesh, economista da empresa de pesquisas Global Insight, opinou ser pouco provável que os altos preços do petróleo caiam significativamente, e que o Fed deve ser cauteloso ao decidir aumentar os juros nestas circunstâncias.

Behravesh acrescentou que uma inflação controlada diminui a pressão sobre o banco central. "Se as notícias sobre a inflação continuarem boas, o Fed poderá se concentrar mais nos danos ao crescimento causados pelos altos preços do petróleo, e menos em seu efeito sobre a inflação", avaliou.




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