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Autônomos aderem à tecnologia
Alexandre Melo
Do Diário do Grande ABC
08/02/2010 | 07:12
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Engana-se quem imagina que a venda direta de cosméticos, lingerie e utilidades domésticas está restrita apenas às visitas porta a porta. Atentos às modernidades, os vendedores autônomos agora utilizam ferramentas da internet, como programas de mensagens instantâneas, e-mails e até comunicação de voz e vídeo on-line. A estratégia dribla aqueles que não recebem vendedores em casa ou têm pouco tempo.

Revendedora das marcas Avon e Natura, Cintia Rimkus Giorge, 27 anos, avalia que está cada vez mais difícil fazer venda direta nas grandes cidades, por isso escolheu essas alternativas. "Atendo aos clientes virtualmente pelo MSN, Skype, e-mail ou telefone. Também coloco as novidades no blog", detalha. Há quatro anos na atividade, ela chega a passar madrugadas respondendo as mensagens, muitas vezes com auxílio do marido.

Desta maneira, a moradora de Santo André consegue atender clientes de outras regiões, inclusive no interior de São Paulo, despachando os pedidos via Correios. Dos 200 consumidores, ao menos 30 fazem pedidos mensalmente. "Só no fim do ano consegui R$ 1.500 de lucro", ressalta. Seus pedidos somam cerca de R$ 1.000 por campanha, que dura entre 15 e 21 dias, sendo que 30% deste valor é embolsado por ela.

PRONTA ENTREGA
Para atender aos clientes rapidamente, Cintia investe metade do lucro na formação de estoque para ter itens à pronta entrega. "As pessoas não querem esperar semanas pelos pedidos. Os itens ficam na loja de utilidades domésticas e produtos de limpeza que também sou responsável."

Quem estuda potencializar seus negócios pela internet, num site de relacionamento, é a dona de casa Simone Gomes Souza Teixeira, 34 anos, responsável pelo maior volume de vendas da DeMillus em Diadema. "Estou pensando em colocar as fotos das coleções nos álbuns do Orkut para divulgação." Ela afirma que no bairro que mora têm muitos prédios, fator que dificulta a conquista de novos clientes.
Simone voltou a fazer vendas diretas em agosto, após 14 anos sem atuar no setor. "Tenho dinheiro para custear meus gastos e das minhas filhas e ainda não sobrecarrego meu marido", destaca. Com a ajuda dos irmãos, das amigas e dos próprios clientes, soma cerca de R$ 2.000 por campanha, lucrando R$ 600.
O presidente da ABEVD (Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas), Lírio Cipriani, comenta que o processo de venda é, na verdade, um relacionamento. "A utilização das redes sociais é crescente entre os revendedores. Hoje, parte dos pedidos encaminhados para as empresas é feita pela internet".

O especialista no setor comenta que os profissionais estão diversificando cada vez mais suas atividades devido ao número maior de empresas, que ampliam a cesta de produtos à disposição da clientela. As ações não ficam restritas às promoções e incluem estratégias de divulgação como folhetos, por exemplo.




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