Economia Titulo
Dólar cai 0,96% e vai a R$ 2,48
Das Agências
26/11/2001 | 17:30
Compartilhar notícia


Após quatro dias úteis em queda, o dólar comercial rompeu ontem o piso psicológico de R$ 2,50 para encerrar na menor cotação desde 10 de agosto: a R$ 2,48, na venda, em baixa de 0,96%. O resultado acentuou a perda contabilizada pelo dólar frente o real neste mês para 8,11%. Mas, no ano, a moeda norte-americana ainda acumula ganho expressivo, de 27,11%. Várias boas notícias incentivaram as tesourarias de bancos, desde cedo, a continuarem desmontando posições feitas anteriormente para hedge (proteção).

Mas, as declarações no início da tarde do diretor de política monetária do Banco Central, Luiz Fernando Figueiredo, de que, se for preciso, o BC apertará a política monetária para garantir o cumprimento da meta de inflação pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 3,5% no ano que vem, deu combustível extra para o aumento das vendas de moeda, afirmaram operadores de mesas. É que se criou a expectativa de que o BC poderá manter ou elevar ainda mais o juro em 2002 para segurar a inflação.

O recuo da taxa de risco Brasil abaixo dos 900 pontos base, o resultado melhor do que o esperado das contas públicas e externas em outubro, o fluxo ligeiramente positivo no dia e a confirmação da Ambev de que irá captar US$ 500 milhões (a autorização obtida era para até US$ 1 bilhão) fortaleceram ainda as apostas de novas quedas de preços da moeda.

A firme recuperação dos títulos da dívida argentina, com consequente queda da taxa de risco desse país, também aumentou o otimismo do mercado. Isso apesar de o governo argentino ainda não ter fechado o acordo com os bancos locais sobre o refinanciamento das dívidas das províncias (de cerca de US$ 22 bilhões, dos quais US$ 7,5 bilhões em empréstimos bancários e o restante em bônus); de os grandes investidores continuarem fazendo saques das contas bancárias (especialmente de fundos de investimentos); e de as reservas do país continuarem a perder volume.

Bolsas – O mercado acionário continuou sua escalada otimista, desta vez embalado pelas declarações do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Francisco Gros, e do presidente do BC, Armínio Fraga, em relação a aumentos de tarifas de energia polpudos, para compensar a perda de receita do setor com o programa de racionamento. O Ibovespa fechou em alta de 2,5%, na máxima pontuação do dia (13.759) e o volume financeiro somou R$ 719 milhões no pregão paulista.

No fim de semana, o presidente do BC admitiu que os reajustes no setor elétrico serão maiores em 2002 e Gros afirmou que tais aumentos poderão persistir por dois ou três anos. Resultado: Light ON seguiu em alta, com valorização de 7,05%, Transmissão Paulista PN avançou 4,8% e Eletropaulo PN fechou em alta de 3, 36%.

Mas foi um papel do setor siderúrgico que mais uma vez encabeçou a lista das maiores do Ibovespa. Acesita PN disparou 10,45%, com a expectativa de um ótimo ano para o setor, por causa da recuperação da economia mundial. Também foi a vez de os investidores voltarem a olhar para as teles, que ficaram “paradas” com a festa do relaxamento das metas de consumo de energia. No ranking do Ibovespa destacaram-se Embratel PN (+7,60%), Embratel ON (+6,67%), Tele Nordeste Celular PN (+5,69%), Telemar ON (+5,55%), CRT Celular PNA (+5,43%) e Telemig PN (+5 36%).

Nos Estados Unidos, o índice Dow Jones encerrou o pregão de ontem em alta de 0,23%. A Nasdaq, bolsa que concentra ações de empresas de alta tecnolgia, a alta foi de 2%.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;