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Papa beatifica 44 mártires da Igreja Católica
Do Diário do Grande ABC
05/03/2000 | 17:26
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O papa Joao Paulo II beatificou domingo 44 mártires, dentre eles 30 vítimas de uma guerra religiosa no Brasil no Século XVII e 11 monjas polonesas mortas pelos soldados alemaes nazistas, citando-os como exemplo para os católicos de domingo. A beatificaçao é o último ato oficial antes de ser iniciado o processo de canonizaçao.

Dois sacerdotes, Andres de Soveral e Ambrosio Francisco Ferro, foram beatificados junto com 28 leigos torturados e mortos no Brasil, em 1.645, em confrontos entre católicos portugueses e espanhóis e calvinistas holandeses.

No Brasil, o monsenhor Francisco de Assis Pereira, vigário geral da Arquidiocese de Natal, capital do Rio Grande do Norte, disse que, na época, morreram cerca de 150 pessoas, mas somente foram identificadas 30, domingo beatificadas.

Segundo relato do sacerdote, ante do massacre, um pastor protestante propôs às vítimas que se convertessem ao calvinismo e, diante de sua recusa, os católicos foram torturados e esquartejados vivos pelos índios, comandados pelos holandeses.

A Holanda dominou grande parte da regiao Nordeste do Brasil, entre os anos de 1630 e 1654, comandados pelo conde Maurício de Nassau, que tinha boas relaçoes com os colonizadores portugueses.

A beatificaçao acontece no momento em que o Brasil e Portugal se preparam para comemorar, em 22 de abril, os 500 anos do Descobrimento do Brasil. A Igreja Católica Brasileira já anunciou que, na ocasiao, pedirá perdao aos índios e negros pelas "falhas" no processo de evangelizaçao.

Apesar do tempo primaveril na Praça de Sao Pedro, o papa parecia cansado ao final da cerimônia, que durou duas horas e meia, na qual falou nos idiomas dos mártires. "Embora tenham vivido em momentos históricos muito distantes e em diferentes contextos culturais, foram reunidos por uma experiência idêntica de lealdade a Cristo e à Igreja", disse Joao Paulo II sobre os 44 mártires.

Entre os milhares de fiéis que assistiram á cerimônia havia muitos filipinos, que comemoraram quando o papa proclamou a beatificaçao de Pedro Calungsod, um filipino morto aos 17 anos em 1672, durante uma expediçao de missionários jesuítas espanhóis nas Ilhas Marianas.

O papa também elogiou Maria Stella Adela Mardosewicz e 10 outras monjas que sacrificaram suas vidas em troca de que as tropas nazistas preservassem as dezenas de famílias em 1943. As monjas foram fuziladas num bosque próximo à fronteira entre a Polônia e a Bielorrússia. Entre os beatificados também estao o primeiro mártir do Vietna. Andre de Phu Yen, batizado aos 15 anos e decapitado três anos depois, em 1644, por negar-se a renunciar ao cristianismo, como exigiam os mandarins que governavam o país. Embora predomine o budismo no Vietna, vive neste país a maior comunidade católica do Sudeste Asiático, depois das Filipinas.

Joao Paulo II, escolhido papa em 1978, já beatificou ou canonizou mais de 1.200 fiéis. Do século XVII até o final do século XX, foram beatificados 1.700 fiéis e quase 600 canonizados. 05/03/00 16:35




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