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Crescimento da previdência privada é 50% menor em 3 anos
06/08/2009 | 07:32
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A crise financeira internacional fez com que o crescimento dos depósitos nos planos de previdência privada caísse no primeiro semestre à metade do registrado no mesmo período dos últimos três anos.

De janeiro a junho de 2009, os depósitos somaram R$ 16,7 bilhões, aumento de 9,6% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados ontem pela Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida). No primeiro semestre de 2008, o crescimento havia sido de 23,4%.

No mesmo período de 2007, a alta tinha sido ainda maior, de 25,4%, e em 2006, de 21,2%, segundo a Fenaprevi. "Janeiro foi um mês ruim em contribuições. O investidor deu uma parada técnica, pois ninguém conseguia garantir o cenário econômico que se prospectava, que era muito pior do que temos hoje", explica o vice-presidente da Fenaprevi, Renato Russo. Diante da incerteza, afirma o executivo, diminuiu a velocidade de decisão sobre investimentos - principalmente os de longo prazo, como é o caso de um plano de previdência.

"Houve ainda uma redução na captação dos planos empresariais, por conta do impacto de as companhias estarem mais cautelosas com seu caixa, além de ter havido demissões", diz Russo. Na visão do executivo, a queda da taxa de crescimento da captação da previdência privada provavelmente se deveu

mais a uma redução nas aplicações por quem já possuía planos do que por uma queda na venda de planos novos - embora isso também tenha ocorrido. "Tivemos uma redução nas campanhas de marketing, mas as pessoas que já possuíam previdência provavelmente precisaram parar de contribuir para gastar com outras coisas, em decorrência de eventual desemprego ou diminuição de renda."

O carro-chefe da previdência, destaca Russo, são os planos do tipo VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre), ideais para quem faz declaração simplificada de Imposto de Renda - e, por isso, frequentemente comprados por trabalhadores autônomos, que têm uma estrutura de renda muito mais volátil.

Afora os efeitos da crise, Russo lembra que é natural esperar crescimento menor com o passar do tempo, já que a base de comparação aumenta ano a ano. "A cada ano, as provisões (reservas) da indústria crescem de R$ 30 bilhões a R$ 40 bilhões e só nesse semestre cresceram mais de R$ 20 bilhões", afirma. "Não dá para imaginarmos uma curva de crescimento inalterada. O importante é que mantemos uma taxa robusta, muito maior que a inflação."




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