Moradores dos bairros Oratório e Santa Cecília, em Mauá, ainda reclamam do processo de desapropriação da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário) que diz respeito à interligação das avenidas Papa João XXIII e Jacu-Pêssego. Eles afirmam que agora a companhia explica que a remoção não será completa, mas que muitos moradores e comerciantes contavam com a retirada.

Em 2008, casas e lotes foram selados. Técnicos responsáveis pela obra tiraram fotos e medidas. Apesar de os adesivos colados nas paredes indicarem que se tratava apenas de um estudo, muitos moradores acreditaram que os imóveis viriam abaixo de fato. "Diziam que não era para construir nada, porque aconteceria mesmo a desapropriação", relata o líder comunitário João Batista Lopes.

Mas a desapropriação não virá na mesma medida em que se imaginava. Um novo projeto foi traçado para longe do bairro. A comerciante Éster Rodrigues Feitosa, 36 anos, deixou de ampliar sua loja de roupas, à espera da ordem para deixar o lugar. Diz que perdeu clientes; faturava R$ 6.000 por mês, e hoje esse valor não passa de R$ 250. "E agora, quem vai pagar por essa situação?".

Para a Dersa, vale o que está no papel. A autarquia reafirma que o selo não indicava desapropriação, mas sim cadastro dos imóveis. Informa ainda que trabalha para causar o menor impacto possível à comunidade.