A figura de Clementino Rodrigues, o Riachão, pode ser resumida em uma cena do sambista e compositor baiano cantando e dançando aos 80 anos, de camisa colorida, terno de linho, chapéu, muitos adereços e um sorriso contagiante no documentário Samba Riachão, dirigido por Jorge Alfredo. O filme é atração nesta quarta em São Caetano pelo projeto comunitário Cinema BR em Movimento, que visa estimular o debate sobre o cinema nacional em públicos formadores de opinião, e será exibido em duas salas diferentes: no Clube da Terceira Idade João Nicolau Braido, às 15h, e na E.E. Joana Motta, às 19h30.

Ambas serão fechadas a associados e alunos da escola, mas Samba Riachão terá uma sessão em vídeo nesta sexta-feira (dia 23), às 19h, no auditório do Teatro Municipal de Santo André, com entrada franca. Já no sábado (24) e domingo (25), o filme ganha projeção gratuita às 16h e 20h no Teatro Elis Regina, em São Bernardo.

O documentário Samba Riachão saiu do Festival de Brasília em 2001 como o melhor filme do evento, dividindo o prêmio principal com o drama Lavoura Arcaica, de Luiz Fernando Carvalho. É a trajetória de Riachão, cujas canções ganharam a voz de artistas consagrados como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Cássia Eller, entre outros. Autor da marchinha Cada Macaco, foi um cronista musical que viveu as transformações no mercado da música popular durante o século XX e manteve viva a história do samba de rua da Bahia.

Filme de estréia de Jorge Alfredo, Samba Riachão reúne depoimentos e performances de admiradores famosos como Dorival Caymmi, Tom Zé, Carlinhos Brown e Caetano, que lembram a carreira de Riachão e falam da importância de seu trabalho para a cultura popular brasileira. A idéia da cinebiografia surgiu com o curta Radio Gogo, no qual o sambista faz uma participação e Alfredo assina a montagem. As filmagens do documentário aconteceram quando o músico gravara seu primeiro CD, Humanenochum.