Uma pesquisa brasileira sugere que realizar uma biópsia de endométrio em mulheres que estão em tratamento de reprodução assistida aumenta as chances de sucesso da gravidez. A técnica, descrita pela primeira vez em 2003, ainda é considerada controversa.
A biópsia de endométrio é um procedimento invasivo, que dura cerca de dez minutos, e geralmente é indicado para diagnóstico de câncer ou de infertilidade. O uso da técnica para tentar aumentar taxas de gravidez foi descrito em 2003 por médicos israelenses e, desde então, ainda não se sabe ao certo qual é o mecanismo que estaria envolvido.
O estudo brasileiro é resultado de uma tese de doutorado defendida na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e foi conduzido pelo médico Fernando Prado Ferreira no Centro de Reprodução Humana do Hospital Santa Joana - maternidade particular da cidade.
O objetivo inicial do estudo era descobrir se, ao realizar a biópsia de endométrio antes do ciclo de fertilização, o organismo liberaria substâncias que poderiam ou não facilitar no processo de implante do embrião. Para isso, Ferreira analisou 98 mulheres, com idade média de 33 anos, que tentavam o primeiro ciclo de fertilização: 49 delas fizeram a biópsia e 49 não.
Segundo Ferreira, não foi possível correlacionar a taxa de gravidez com as substâncias analisadas, mas, por acaso, ele percebeu que a taxa de sucesso de gravidez foi cerca de 40% maior nas mulheres que fizeram a biópsia antes do ciclo. Os resultados da pesquisa serão apresentados em julho no 27.º Congresso Anual da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia. As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo. AE