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Constituição provisória do Iraque deve ser assinada na 2ª
Da AFP
06/03/2004 | 17:18
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Os dirigentes iraquianos decidiram resolver suas diferenças em primeiro lugar e esperam assinar a Constituição provisória somente na próxima segunda-feira, cuja adoção foi adiada na última sexta, depois que os xiitas rejeitaram um artigo, alegando que beneficiaria os curdos.

O Conselho de Governo transitório "se reunirá na segunda-feira, dia 8 de março, para concluir as discussões e assinar a Constituição", afirma um comunicado assinado pelos membros do Executivo Mohamad Bahr Al Ulum (xiita), presidente em exercício; Masud Barzani (curdo), e Mohsen Abdel Hamid (sunita).

"Visto que o novo Iraque democrático oferece a possibilidade de confrontar suas opiniões para chegar a um consenso num clima democrático, o Conselho de Governo decidiu adiar sua reunião por dois dias", explica o texto.

A rejeição por parte dos membros xiitas do Conselho de um artigo da Constituição provisória adiou a assinatura solene deste texto prevista para a última sexta-feira em Bagdá. O documento é considerado "histórico" pelo administrador civil americano deste país árabe, Paul Bremer.

"A divergência se deve ao artigo 61, parágrafo C", que concede a dois terços da população de três províncias a possibilidade de rejeitar em um referendo a Constituição permanente, declarou na sexta-feira um conselheiro de Rajaa Habib Juzai, uma representante xiita no Conselho de Governo. "Nós queremos mudar esse artigo", acrescentou.

Este artigo daria aos curdos, cuja região autônoma ocupa três províncias do norte do Iraque, a possibilidade de bloquear a futura Constituição em um futuro referendo. O Iraque, que conta com 18 províncias, tem maioria xiita.

À noite, uma fonte próxima ao grande aiatolá Ali Sistani, o líder xiita mais influente do país, expressou suas reservas sobre o texto, alegando que "não serve aos interesses do povo iraquiano, mas apenas aos dos curdos, que estão bem organizados em suas províncias".

A assinatura da Constituição, inicialmente programada para a quarta-feira passada, foi adiada depois dos ataques contra os xiitas em Kerbala (centro) e Bagdá, que deixaram 170 mortos e mais de 500 feridos.

O texto considera o Islã como uma das fontes da legislação e não como a única, como exigiam os islamitas xiitas.




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