As 24 pinturas em grandes formatos, pertencentes ao acervo do Museu Nacional da Dinamarca, figuram entre as primeiras conhecidas sobre a América do Sul. Além de inegável valor artístico, têm importância histórica e científica, pois são documentos etnográficos, antropológicos e da fauna e da flora.
Eckhout esteve no Brasil entre 1637 e 1644. Veio a convite de Maurício de Nassau, na época da invasão holandesa ao Nordeste do Brasil. Ele e Frans Post (1612-1680), também da comitiva holandesa, foram os primeiros artistas a retratar o Brasil.
As pinturas desta importante coleção nunca tinham sido exibidas todas juntas. Por conta das rígidas normas de conservação, os responsáveis pelo acervo só haviam permitido até então exibições parciais.
Algumas dessas telas foram apresentadas no Masp (1991), na 24ª Bienal Internacional de São Paulo (1998) e na Mostra do Redescobrimento (2000). Agora, o conjunto completo já foi mostrado na Dinamarca, no Recife e em Brasília. Depois de São Paulo, volta para casa.
Quando partiu do Brasil, Nassau levou na bagagem 26 pinturas realizadas por Eckhout. Dessas, duas se perderam. Nassau doou as obras a seu primo, o rei Frederico III da Dinamarca. Entre as telas figuram naturezas-mortas e trabalhos como Índia Tupi, Mulher Africana, Guerreiro Negro e Dança dos Tarairiu.
O imperador dom Pedro II (1826-1891) bem que tentou trazer o rico espólio de volta ao Brasil, sem sucesso. Quem conseguiu, somente agora, foi Jens Olesen, não antes de muito trabalho, conversas e acertos. Albert Eckout Volta ao Brasil é uma mostra imperdível, pois ninguém sabe quando essa raridade virá novamente ao Brasil.
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