A posse na Câmara Municipal começou por volta de 15h30 e a transmissao de cargo no Salao Azul do Palácio das Indústrias se iniciou às 16h15, quando foi lido o termo de transmissao de cargo.
Celso Pitta fez um discurso que durou cerca de 13 minutos e saiu imediatamente após passar o cargo de prefeito para Marta Suplicy, que foi demoradamente aplaudida pelos petistas e aliados presentes ao ato. A prefeita leu um discurso de nove laudas em que destacou, logo na primeira, a má situaçao em que encontra a cidade que vai governar nos próximos quatro anos. "Em oito anos Sao Paulo foi sucateada, a sujeira permeia todos os lugares e a cidade tornou-se a imagem do abandono. Seu povo foi humilhado pela corrupçao, desmoralizado pelo descaso com a educaçao e a saúde, desiludido na sua capacidade de conter a destruiçao de todos os espaços de convívio civilizado", disse.
Marta Suplicy, que nao concedeu entrevista coletiva à imprensa, ressaltou que os problemas com o desemprego foram agravados em Sao Paulo "pelas falcatruas engenhadas para desviar os recursos públicos em benefício de apadrinhados e compadres da verdadeira gangue que tomou conta da cidade". Acrescentou que tudo isso levou à privatizaçao do sistema de saúde "para beneficiar vereadores amigos" e ao loteamento das Administraçoes Regionais "para manter negócios escusos e obras faraônicas" destinadas a fazer caixa.
Ao fazer um diagnóstico dos mais duros da situaçao da prefeitura, Marta Suplicy disse que "a cidade foi destruída no seu amor próprio, seus serviços desestruturados e suas finanças alienadas". Mas conclamou a todos habitantes de Sao Paulo a somar forças para recuperar a cidade. A nova prefeita afirmou que nao haverá vingança contra seus antecessores, mas deixou clara sua intençao de fazer apurar eventuais irregularidades.
Revelando seu estilo de governar, a prefeita já anunciou para esta terça, ao meio-dia, um almoço com 50 moradores de rua de Sao Paulo, no Pátio do Colégio, no Centro da cidade.
Na ocasiao, vai assinar a regulamentaçao do projeto de combate à exclusao social, de autoria da vereadora petista Aldaísa Sposati. E fez uma promessa: "Mais do que um gesto, trata-se de manifestar uma vontade. Tentar que em quatro anos nenhuma criança, nenhum ser humano na nossa cidade esteja passando fome na rua e sem um teto para o acolher".
A prefeita prometeu também que nos próximos 20 dias regulamentará a lei do vereador Arselino Tatto (PT), que institui o Programa de Renda Mínima no município, e que virao depois o "Bolsa-Trabalho", para facilitar o acesso dos jovens ao seu primeiro emprego; "Começar de Novo", dedicado à formaçao profissional das pessoas de mais de 40 anos; e o "Banco do Povo", que fornecerá crédito em pequenas quantias e a juros baixos.
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