O papel mais recente de Hilary Swank joga a última pá de cal sobre a fase masculinizada, que lhe rendeu dois Oscar (Meninos não Choram, 1999 e Menina de Ouro, 2004). Em P.S. Eu Te Amo, que estréia hoje na região e em São Paulo, ela é a típica heroína romântica em um filme talhado para mulheres (e acompanhantes do sexo masculino sem preconceito).

Apesar disso tudo, não dá para colocar o longa, escrito e dirigido por Richard LaGravenese, no mesmo saco dos romances convencionais, apesar de ser baseado em um best-seller do gênero, da norte-americana Cecelia Ahern.

O casamento de Holly (Hilary) e Gerry (Gerard Butler, de 300) tem lá seus elementos inspiradores para as moças casadoiras. Os dois têm química, brigam, fazem planos e se divertem, graças ao marido, um irlandês de clichê: beberrão e espirituoso.

Mas ele morre no início do filme. É a deixa para cenas arranca-lágrima? Sim. Mas (ufa!), o longa não pára no gênero “mulherzinha”, graças a uma artimanha. Antes de morrer, Gerry prepara uma série de cartas para Holly.

As missivas formam um guia para tirar a moça do luto e ajudá-la a mudar de rumo, coisa que queria fazer antes da viuvez. Cada uma é entregue de forma diferente e resulta em cenas leves e engraçadas, incluindo flashbacks do casal.