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Comerciantes do Shopping Popular voltam a trabalhar como camelôs
Roberta Nomura
Especial para o Diário
11/02/2005 | 14:46
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Passado um mês do incêndio que destruiu o Shopping Popular de Mauá, os comerciantes egressos do centro de compras voltam a vender mercadorias na rua do Comércio, local onde montavam suas barracas antes da construção do shopping, em 1998. Mesmo com poucos produtos para vender e os boxes inacabados, os permissionários se intalaram na antiga viela dos ambulantes.

No espaço cedido pela Prefeitura de Mauá, foram construídas 223 barracas com 1,20 m por 1,50 m cada. Segundo a presidente da Associação de Microempresários Permissionários do Shopping Popular, Luciene Ferreira da Silva, cada comerciante teve de pagar R$ 170 para garantir a estrutura de ferro e lona, comprada de uma mesma empresa que facilitou o pagamento. “E a madeira ficou por conta de cada um”.

Mesmo com a redução de espaço (no shopping cada box tinha 1,80 m por 2 m e alguns comerciantes possuíam mais de um box), os permissionários aceitaram as novas condições. “O que vale é voltar a trabalhar”, afirma Sérgio Farias da Silva, que estabeleceu sua barraca na última quarta-feira, com apenas 20% do volume de mercadorias que vendia. Assim como Silva, a maioria dos vendedores voltou a trabalhar após o Carnaval. “Como a parte de madeira só ficou pronta agora, muita gente preferiu esperar. Faltam ainda as portas”, explica a permissionária Elineide Maria de Lima, 23 anos.

Mas alguns tentaram se estabelecer no novo espaço na semana passada, como Alexandre Oliveira Gomes. “O movimento está um pouco fraco porque as pessoas ainda estão descobrindo que já estamos aqui na rua.”

Alguns comerciantes afirmaram que temem o fato de voltarem a trabalhar na rua, na antiga condição de camelôs. Disseram que isso pode afastar parte dos clientes. “Mesmo a clientela sendo fiel, deve ter gente que ia lá no shopping e não vem aqui na rua”, diz Edson Rocha. Mas, quinta-feira, pessoas que circulavam no Centro de Mauá já procuravam produtos na rua do Comércio. Para Roseli de Souza Cruz, 41 anos, que freqüentava o Shopping Popular há seis anos, apenas a variedade não é a mesma. “Como eles ainda estão recomeçando e ajeitando as coisas, faltam alguns produtos.”

Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura de Mauá, ainda não há prazos definidos para a reconstrução do Shopping, já que é necessário aguardar os dados da perícia relativa ao incêndio. O documento deve ser liberado nos próximos dias.



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