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Camdessus defende um FMI mais político
Do Diário do Grande ABC
07/01/2000 | 14:08
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O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Michel Camdessus, que pretende renunciar ao cargo em meados de fevereiro, defendeu, nesta sexta-feira, a implementaçao de reformas que dotem a instituiçao de maior peso político.

``Eu acredito na responsabilidade de instituiçoes multilaterais', disse Camdessus ao diário francês Les Echos, propondo que o comitê interino, atualmente um grupo consultor sem poderes executivos, seja transformado em um corpo dotado de poder decisório.

Outra proposta de Camdessus é a de convocaçao, uma vez a cada dois anos, de reuniao do Grupo dos Sete que contaria com a participaçao de representantes dos 24 países membros do FMI, de autoridades do Banco Mundial e do secretário da Organizaçao das Naçoes Unidas (ONU). ``Isso nos permitiria estabelecer estratégias coordenadas', defendeu Camdessus, mostrando-se orgulhoso pelo apoio concedido a países como a Polônia, durante seu mandato.

``Hoje, a Polônia pode almejar nao apenas a Uniao Européia, mas também o euro'.

O calcanhar de Aquiles ainda é a delicada relaçao do FMI com a Rússia, problema que, admite, nao terá sido resolvido antes de ele deixar a funçao. Segundo Camdessus, embora o governo de Moscou tenha cumprido as exigências macroeconômicas estabelecidas pelo Fundo, o Parlamento russo falhou na adoçao de critérios legislativos de falência das instituiçoes financeiras.

Camdessus deixará o FMI decepcionado também com a decisao dos países ricos de reduzir a ajuda financeira às naçoes em desenvolvimento para apenas 0,22% do Produto Interno Bruto (PIB), bem abaixo da meta de 0,7% estabelecida para 2000.

Preocupado com a destinaçao de recursos, ele mandou imprimir um pequeno cartao cinza com um relatório dos governos compromissados com o combate à pobreza. ``Eu sempre os carrego no meu bolso e entrego a cada líder mundial que encontro', comenta.




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