Nos 100m livre, Fernando Scherer tem o quarto melhor tempo da temporada (49s05). Scherer tem ainda o quinto melhor tempo da história da prova: 48s69, conquistado ano passado em East Meadow (EUA). A marca está a 48 centésimos do recorde mundial, do russo Alexandr Popov (48s21). ``Vou a Sydney para disputar o ouro nos 100m livre', assegura Scherer, que tenta ainda quebrar o recorde mundial da prova. Nos 100m costas, Alexandre Massura marcou o quinto tempo do ano (55s17) nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, em agosto. No mesmo mês, o americano Lenny Krazelburg bateu o recorde mundial, marcando 53s60.
Krazelburg é favoritíssimo ao ouro olímpico também nos 200m costas, prova em que também fez a melhor marca da história em agosto (1min55s87). Nos 200m costas, Leonardo Costa, com o tempo de 1min59s33, obtido no Pan-Americano, tem a quarta marca da temporada. Scherer (100m livre), Massura (100m costas) e Leonardo (200m costas) sao as principais chances brasileiras de medalha na Olimpíada. Os revezamentos 4x100m livre, 4x200m livre e 4x100m medley ainda nao têm seus nadadores definidos, com exceçao de Gustavo Borges, já garantido.
É preciso, no entanto, analisar os números com cuidado. ``Os resultados pré-olímpicos sao enganosos afinal nao conhecemos os programas de treinamento de cada um dos países participantes. Na Olimpíada de Atlanta-96, os países com melhor desempenho tiveram eliminatórias entre 12 e 16 semanas antes dos Jogos', ressalta Ricardo Moura, coordenador técnico da Confederaçao Brasileira de Desportos Aquáticas (CBDA). Isso tem uma explicaçao: para obter bons resultados em Sídnei, é necessário montar um programa de treinamento que vise a atingir o ápice na época dos Jogos.
Se os nados livre e de costas sao as principais esperanças de medalha, nos estilos peito, borboleta e medley, o Brasil nao deverá contar com representantes na Olimpíada. Só para se ter uma idéia de como esses estilos ainda apresentam um desnível entre os brasileiros e os nadadores top: os recordes brasileiros dos 200m borboleta, dos 200m medley e dos 400m medley ainda pertencem a Ricardo Prado há pelo menos 14 anos.
``Por causa do Gustavo e do Scherer, há uma tendência de termos um número maior de velocistas e uma concorrência maior nessas provas. Temos que incentivar as provas longas, o que aumentará a possibilidade de recordes', acredita Prado, que cuida do Projeto Futuro, em Sao Paulo. O medalhista olímpico em Los Angeles-84 diz ainda que ``há chance real de medalha no revezamento'. ``Isso significa que temos nadadores se destacando. Nao temos apenas um nome', afirma Prado, citando que seus recordes serao batidos ``mais cedo ou mais tarde'. ``Sao marcas que podem ser superadas logo', aposta.
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