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Nadadores brasileiros se preparam as Olimpíadas
Do Diário do Grande ABC
18/12/1999 | 17:09
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Sydney é ainda um sonho distante para os nadadores brasileiros - distante apenas na quilometragem entre o Brasil e a sede dos Jogos Olímpicos do próximo ano. Na campo das chances, os atletas do país se preparam para a Olimpíada com possibilidades concretas de voltar com uma medalha no peito. Uma análise dos tempos de cada um dos cinco classificados para Sídnei até agora (Fernando Scherer, Luiz Lima, Alexandre Massura e Leonardo Costa, em provas individuais, e Gustavo Borges, no revezamento) mostra que as esperanças brasileiras estao depositadas principalmente em três provas individuais.

Nos 100m livre, Fernando Scherer tem o quarto melhor tempo da temporada (49s05). Scherer tem ainda o quinto melhor tempo da história da prova: 48s69, conquistado ano passado em East Meadow (EUA). A marca está a 48 centésimos do recorde mundial, do russo Alexandr Popov (48s21). ``Vou a Sydney para disputar o ouro nos 100m livre', assegura Scherer, que tenta ainda quebrar o recorde mundial da prova. Nos 100m costas, Alexandre Massura marcou o quinto tempo do ano (55s17) nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, em agosto. No mesmo mês, o americano Lenny Krazelburg bateu o recorde mundial, marcando 53s60.

Krazelburg é favoritíssimo ao ouro olímpico também nos 200m costas, prova em que também fez a melhor marca da história em agosto (1min55s87). Nos 200m costas, Leonardo Costa, com o tempo de 1min59s33, obtido no Pan-Americano, tem a quarta marca da temporada. Scherer (100m livre), Massura (100m costas) e Leonardo (200m costas) sao as principais chances brasileiras de medalha na Olimpíada. Os revezamentos 4x100m livre, 4x200m livre e 4x100m medley ainda nao têm seus nadadores definidos, com exceçao de Gustavo Borges, já garantido.

É preciso, no entanto, analisar os números com cuidado. ``Os resultados pré-olímpicos sao enganosos afinal nao conhecemos os programas de treinamento de cada um dos países participantes. Na Olimpíada de Atlanta-96, os países com melhor desempenho tiveram eliminatórias entre 12 e 16 semanas antes dos Jogos', ressalta Ricardo Moura, coordenador técnico da Confederaçao Brasileira de Desportos Aquáticas (CBDA). Isso tem uma explicaçao: para obter bons resultados em Sídnei, é necessário montar um programa de treinamento que vise a atingir o ápice na época dos Jogos.

Se os nados livre e de costas sao as principais esperanças de medalha, nos estilos peito, borboleta e medley, o Brasil nao deverá contar com representantes na Olimpíada. Só para se ter uma idéia de como esses estilos ainda apresentam um desnível entre os brasileiros e os nadadores top: os recordes brasileiros dos 200m borboleta, dos 200m medley e dos 400m medley ainda pertencem a Ricardo Prado há pelo menos 14 anos.

``Por causa do Gustavo e do Scherer, há uma tendência de termos um número maior de velocistas e uma concorrência maior nessas provas. Temos que incentivar as provas longas, o que aumentará a possibilidade de recordes', acredita Prado, que cuida do Projeto Futuro, em Sao Paulo. O medalhista olímpico em Los Angeles-84 diz ainda que ``há chance real de medalha no revezamento'. ``Isso significa que temos nadadores se destacando. Nao temos apenas um nome', afirma Prado, citando que seus recordes serao batidos ``mais cedo ou mais tarde'. ``Sao marcas que podem ser superadas logo', aposta.




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