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Doente de hanseníase sofre com preconceito
Valéria Cabrera
Da Redaçao 
31/01/1999 | 17:51
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Apesar de a hanseníase (conhecida popularmente por lepra) ser uma das doenças mais antigas do mundo - consta que atinge a humanidade há pelo menos 5 mil anos -, a moléstia ainda é pouco conhecida pela populaçao, fazendo com que muitos doentes sejam discriminados.  Na Idade Média, a doença, que é infectocontagiosa e causada por uma microbactéria, era considerada um castigo divino por faltas cometidas. O doente era afastado da comunidade. Nessa época, a doença nao tinha cura. Hoje, ela é facilmente curável desde que a pessoa siga o tratamento médico.  

O número de doentes no Brasil está caindo a cada ano, mas o país nao teve muito a comemorar na semana de Combate à Hanseníase e no Dia Mundial de Combate à doença, comemorado no último domingo do mês de janeiro. O Brasil continua em segundo lugar no ranking dos países com mais casos da doença, perdendo apenas para a India, segundo dados do Ministério da Saúde.  Em 1997 (os números do ano passado ainda nao estao fechados), 88.029 pessoas portavam a doença. Isso significa que a cada 10 mil habitantes, 5,51 possuíam a doença, índice bem acima da meta estabelecida pela OMS (Organizaçao Mundial de Saúde) para o ano 2000 - menos de um caso para cada grupo de 10 mil habitantes.  

No Estado de Sao Paulo, esse índice cai praticamente pela metade. Para cada 10 mil pessoas, 2,24 possuem a doença. De acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde, também de 1997, no Grande ABC, os números de casos nas cidades de Diadema, Mauá e Santo André ainda estao acima da meta da OMS. Para cada 10 mil habitantes, há 1,5 doente em Diadema, 1,04 em Mauá e 1,07 em Santo André.  

As outras cidades já atingiram a meta. Ribeirao Pires tem índice de 0,89 por 10 mil habitantes; Rio Grande da Serra tem 0,55; Sao Bernardo, 0,95 e Sao Caetano, 0,80. O número total de casos no Grande ABC, em 1997, era de 240.  Segundo o coordenador do Programa de Hanseníase da Secretaria de Estado da Saúde, Wagner Nogueira, a populaçao ainda tem muito o que aprender sobre a doença, e a principal coisa é que "a hanseníase tem cura". A doença tem de ser combatida com medicamentos, em um tratamento que demora de seis meses a dois anos. A doença - A hanseníase começa com uma ou mais manchas esbranquiçadas ou avermelhadas na pele, em qualquer parte do corpo. Em cima das manchas, a pele fica com sensibilidade diminuída ou abolida ao calor, à dor e ao tato. Na maioria das vezes, a pessoa nem nota as manchas porque nao coçam, nao doem e nao incomodam.  

A hanseníase é causada por um micróbio chamado bacilo de Hansen. A transmissao acontece pelas vias respiratórias e, algumas vezes, pelo contato com lesoes cutâneas. Para a transmissao acontecer é preciso conviver, muito tempo, com o doente que tem um dos tipos da doença que é contagiante e que nao faz o tratamento. A maioria das pessoas tem resistência contra essa doença.  Além das manchas na pele, outroa sintomas comuns na pele do doente sao dormência e formigamento no local, queda de pêlos e insensibilidade.  Todas as pessoas que apresentarem sinais de hanseníase devem procurar uma unidade de saúde que têm programas de controle da doença




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