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Sociedade se mobiliza contra fome na região
Kelly Zucatelli
Do Diário do Grande ABC
10/08/2010 | 08:12
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Não foram poucos os cidadãos que demonstraram disposição para se mobilizar e ajudar famílias que enfrentam diariamente a fome no Grande ABC. São leitores sensibilizados pela realidade revelada na reportagem Famílias Invisíveis são Isoladas pela Fome, publicada domingo, neste caderno. Inúmeros foram os telefonemas e mensagens eletrônicas querendo saber como chegar até os carentes que não conseguem fazer dignamente as três refeições do dia.

Questionada se iria enviar algum assistente social nas casas visitadas no Jardim Santo André para conferir as precárias condições de vida, a Prefeitura posicionou a situação cadastral de cada família e lembrou os programas sociais disponíveis.

A microempresária Cleuza Maria Cavalari, 56 anos, de Ribeirão Pires, já prepara doações de alimentos e roupas para a família da dona de casa Edinalva dos Santos, 37 anos, moradora de uma favela do Jardim Santo André. "Não me conformo que nos dias de hoje as pessoas não tenham o que comer. A sociedade e os órgãos públicos precisam se mobilizar, pois não dá para aceitar que a panela da casa de uma mãe com vários filhos fique vazia. Será que não é melhor proporcionar a um garoto uma barra de chocolate do que drogas para que ele vire alvo do crime", questionou.

A dona de casa Maria do Carmo, 72 anos, de São Bernardo, e alguns vizinhos também já se movimentam para arrecadar doações para levar às famílias carentes. "No domingo, meu marido me contou sobre as histórias que tinha lido e disse que tínhamos de fazer algo para ajudar aquelas pessoas. Ele ficou muito emocionado, pois já passou fome. Nossos olhos só veem os centros das cidades. Precisamos enxergar mais os arredores e notar quantas pessoas estão necessitadas do essencial que é a comida", frisou Maria do Carmo.

O funcionário público João Batista Rodrigues, 50 anos, de Santo André, comprometeu-se a doar uma cesta básica por mês para ajudar as famílias do Jardim Santo André e do Parque João Ramalho.

Alimentos arrecadados pela comitiva de Santo André, Só quem É, em festa beneficente no fim de semana, também serão em parte revertidos para reforçar a despensa de Edinalva, Simone Missias e Laura Marcelino Morais, entrevistadas pelo Diário.

A Prefeitura de Santo André informou que Laura Marcelino Moraes, 59 anos, reside sozinha e é beneficiária de programas da Prefeitura, como aluguel social. Ainda está inscrita e recebe o auxílio federal por meio do Bolsa Família.

Edinalva dos Santos teve o benefício do programa Bolsa Família cancelado por descumprimento de normas e deve procurar um posto do Cras (Centro de Referência a Assistência Social) e apresentar sua situação. Já a família de Simone Messias de Jesus recebe o Renda Mínima Municipal.

Quem quiser ajudar pode entrar em contato com a Central Única das Favelas pelo telefone 4452-1148.




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