Mimmo Calopresti, 45 anos, participou da competiçao oficial com seu primeiro ensaio em 1996 ``La seconda volta', que evocava as seqüelas do terrorismo de extrema-esquerda e da luta armada na Itália no fim dos anos 70.
Dois anos mais tarde, voltou à Croisette com ``Palavras roubadas', apresentado na abertura da Quinzena dos Realizadores. Desta vez ele dá as costas à interrogaçao histórica para contar a paixao amorosa neurótica de uma jovem.
Com ``Preferisco il rumore del mare', Calopresti escolheu se debruçar sobre dois adolescentes que o caráter e a educaçao separam. Por pequenos toques, o diretor mostra como os sentimentos e o coraçao podem superar barreiras sociais, ainda que a bondade nao seja sempre suficiente.
``Faço filmes que nao sao autobiográficos mas que me concernem', declarou o cineasta numa entrevista. Mimmo Calopresti, que se diz ligado ao classicismo em matéria de narraçao cinematográfica, poupa ao espectador os clichês. Trata também do social através do prisma individual.
``Tenho o cuidado de nao mostrar uma Itália ensolarada, a dos cartoes postais', precisa o cineasta que misturou atores profissionais e amadores.
Calopresti enfim desejou mostrar que o homem pode às vezes superar o arbitrário das vidas traçadas: ``nao somos nunca somente vítimas na vida, cada um traz em si um grao de rebeliao, é um libelo pela liberdade individual, uma obra sobre o respeito à diferença e uma maneira de mostrar que nao há nenhum mal em se estar sozinho consigo mesmo'
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