O rendimento do trabalho dos homens com mais de dez anos de São Caetano é o segundo maior do País. Esta é a constatação publicada ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O resultado é fruto de amostra do Censo 2010, que foi coletado em todo o território nacional. O valor médio a preços de março, corrigido com o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), é de R$ 4.229,33. A primeira colocação ficou com os trabalhadores residentes em Santana de Parnaíba, que apresentaram ganho médio de R$ 4.389,09.

As duas cidades possuem algumas semalhanças. Em ambas existem muitos imóveis e empreendimentos residenciais de alto padrão, o que atrai famílias com renda mais elevada aos municípios.

Um dos condomínios urbanísticos mais conhecidos da Grande São Paulo, o Alphaville, tem fatia de suas luxuosas e grandes residências em Santana de Parnaíba.

Em São Caetano, pela proximidade da Capital e infraestrutura reforçada, principalmente pelo tamanho do município, apenas 15,6 quilômetros quadrados, também exerce atração às famílias mais abastadas de outras cidades.

JUSTIFICATIVAS

Coordenador do instituto de pesquisas da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), Leandro Prearo apresentou dois pontos que podem explicar a classificação do município no ranking de rendimento do trabalhador e a atração que ela exerce.

"É uma cidade bem desenvolvida, em função das indústrias, pelo seu tamanho e com poucas áreas de pobreza. Por outro lado, é uma cidade que vem ano após ano classificada como melhor cidade do País em IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e os seus muitos empreendimentos trazem população de maior renda", explicou.

As trabalhadores residentes em São Caetano garantiram a sexta posição nacional, com R$ 2.059,78 de rendimento médio.

São Caetano tinha em janeiro a segunda maior poupança per capita de País, com R$ 9.658,27 por habitante, como publicado pelo Diário.

REGIÃO

Em rendimento médio do trabalho, a população de São Caetano ficou em terceiro lugar no País, com R$ 3.241,19. Santo André é a cidade da região dona da segunda melhor posição, a 24ª, com R$ 2.246,21. São Bernardo não ficou muito atrás, garantindo a 28ª posição com renda média de R$ 2.154,86.

Prearo lembrou que São Bernardo e Santo André também têm estrutura socioeconômica muito bem desenvolvida como São Caetano. No entanto, como são municípios muito grandes e populosos, concentram várias áreas de pobreza, o que puxa a média do rendimento para baixo.

Para se ter noção do potencial econômico das duas cidades, são donas de 47% das indústrias do Grande ABC. São Bernardo mantinha, em 2010, 1.575 empresas do setor. E Santo André tinha 1.405 desses estabelecimentos. Os dados são da Fundação Seade-SP (Sistema Estadual de Análise de Dados).

Em 2009, de toda a produção de riqueza do Grande ABC, 34% eram provenientes do setor industrial. Em valores da época, a indústria gerou R$ 27,5 bilhões, contra um PIB (Produto Interno Bruto) da região de R$ 80 bilhões.

LISTA

Ribeirão Pires era dona da 241ª posição no ranking nacional, com rendimento médio do trabalhador de R$ 1.562,90. Segundo o IBGE, a renda média em Mauá era de R$ 1.358,31, valor que colocou o município no 589º lugar do País. Diadema ficou com a 764ª colocação com R$ 1.292,15. E Rio Grande da Serra tinha média salarial de R$ 1.071,40, o que posicionou a cidade em 1.692º lugar.

METODOLOGIA

Prearo destacou que não é possível comparar o resultado do Censo 2010 com o da pesquisa socioeconômica da USCS. Isso porque as metodologias dos estudos são diferentes.

No caso do rendimento do trabalho do IBGE, o resultado, segundo o instituto, é baseado em amostra do universo pesquisado. São moradores que responderam o questionário completo durante a coleta em agosto de 2010. Portanto, os rendimentos são frutos de cálculos estatísticos sobre habitante.