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Campanha por Segurança já conta com 28 mil adesoes
Delmar Marques
Da Redaçao
26/06/1999 | 16:52
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A Campanha por Segurança movida pelo Diário já recebeu 28.440 adesoes ao abaixo-assinado publicado no jornal que será encaminhado ao governador Mário Covas. A principal contribuiçao da semana foi dos alunos do Colégio Arbos, de Santo André, que arrecadaram numa gincana 7,5 mil assinaturas.

As estatísticas sobre a violência enfrentada pelos moradores da regiao continuam subindo e as autoridades políticas e policiais até agora nao apresentaram nenhum programa de açao capaz de conter o crescimento da criminalidade. A populaçao, demonstrando cansaço diante do marasmo geral, começa a promover manifestaçoes isoladas, como a passeata que seria realizada neste sábado no bairro Utinga, em Santo André.

Os números referentes a maio dos distritos policiais do Grande ABC mostram que foram cometidos mais 114 homicídios no mês passado, elevando a média para quase quatro (3,67) assassinatos por dia. Foram roubados e furtados no período mais de 2.452 veículos, cerca de 80 a cada dia.

Em maio, os pedestres estiveram expostos à violência como nunca. Foram mais 2.337 pessoas roubadas ou furtadas nos sete municípios da regiao, 75 por dia em média. O comércio e a indústria foram especialmente afetados pelos roubos de cargas, modalidade a que as grandes quadrilhas passaram a se dedicar diante das dificuldades encontradas nos ataques a agências bancárias.

Em maio foram roubados 72 veículos de carga. Sao Bernardo, com 29 cargas roubadas no mês, é o município líder no ranking desse tipo de crime, o que se justifica pelo fato de o município ser cruzado pelas rodovias Imigrantes e Anchieta.

Iniciativa frustrada - Os debates realizados no decorrer da última semana em escolas de Sao Bernardo com o tema Segurança Pública: Direito da Cidadania tiveram a participaçao popular reduzida ao papel de fazer perguntas aos debatedores convidados.

No primeiro dia de debates, o delegado seccional de Sao Bernardo, Pedro Liberal, foi questionado sobre a corrupçao no meio policial para assumir que na polícia, assim como em qualquer outra profissao, também existem "ovelhas negras". Já o psicólogo Gilberto Morasi, do CVV (Centro de Valorizaçao da Vida), contou que sua entidade dispoe de 50 voluntários no município que recebem 2 mil ligaçoes telefônicas mensalmente.

No debate realizado na escola Clóvis de Lucca, depois da apresentaçao de um grupo de mímica, a psicóloga Maria Abigail de Souza, da USP (Universidade de Sao Paulo) indagou se algum dos presentes tinha problemas de dependência química na família. Poucos levantaram a mao. Ela explicou, entao, que no ambulatório da sua universidade é feito um trabalho de pesquisa com drogados que nao atinge Sao Bernardo.

Com mais de 50 perguntas nas maos dos debatedores, foi proposto a cada um responder apenas duas questoes, para o debate nao se prolongar pela madrugada. Tinha começado às 19h30 e eram 21h10 quando uma bomba estourou atrás do pavilhao da escola, jogada por alguém do lado de fora. A diretora Maria Helena Cestari afirmou que as bombas sao freqüentes na escola. "A gente nao sabe o que fazer".




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