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Primórdios dos mutantes
Luís Felipe Soares
Do Diário do Grande ABC
03/06/2011 | 07:42
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Conforme a vida passa, às vezes é importante relembrar o passado para seguir adiante. Essa é a cartada para a franquia X-Men, que já conta com quatro filmes. A cinessérie foi uma das precursoras do atual e bem-sucedido gênero de super-heróis que renasceu no início dos anos 2000. Após tantas aventuras, Hollywood aposta nos primórdios do grupo mutante em X-Men - Primeira Classe, que chega hoje aos cinema de todo o mundo, e tem cópias nas salas do Grande ABC.

O mais recente capítulo da saga deixa para trás figuras como Ciclope, Jean Grey, Tempestade, Dentes-de-Sabre, Vampira e Wolverine (em ponta rápida que se transforma no momento mais engraçado do longa). Agora, os personagens principais são Professor X e Magneto, ou melhor, Charles Xavier (James McAvoy) e Erik Lehnsherr (Michael Fassbender), respectivamente.

Os dois dos principais mutantes do mundo nem sempre foram rivais. Na juventude, compartilhavam dúvidas parecidas e eram grandes amigos - apesar de sempre contar com pontos de vista diferentes que permanecem até hoje nas páginas dos quadrinhos.

A história se passa na década de 1960, em meio à tensão nuclear que agitava os Estados Unidos e a União Soviética. O poderoso Sebastian Shaw (Kevin Bacon) e seus amigos Emma Frost, Azazel e Maré Selvagem controlam os militares comunistas e preparam plano para iniciar a era dos mutantes na Terra. Enquanto isso, Xavier é chamado pelo governo norte-americano para tentar ajudá-lo a compreender esse fenômeno da evolução humana e conhece Erik durante uma missão. O combate certo entre os dois sistemas obriga a dupla a reunir equipe especial de jovens que se tornam a primeira classe da Escola para Jovens Superdotados.

O principal trunfo do diretor Matthew Vaughn (Kick-Ass - Quebrando Tudo, de 2010) é fazer essa viagem no tempo sem que a aventura se torne enfadonha. O clima ‘retrô' presente nos cenários, figurinos e ações acompanha perfeitamente as primeiras edições da revista dos X-Men lançada em meados anos 1960. Detalhe para o confronto final entre os grupos em uma ilha tropical repleta de coqueiros que parece saltar das páginas das antigas HQs.

Outro destaque do roteiro é tornar o filme muito mais adulto do que seus antecessores. Ao invés de brigas divertidíssimas e pouco drama, a trama foca a relação próxima e, muitas vezes, antagônica entre Professor X e Magneto. Os conflitos físicos dão espaço a brigas filosóficas densas e que têm teor metafórico para outras questões reais. As divergências de ideias a respeito do relacionamento ideal entre humanos e mutantes são apresentadas de maneira a levar o espectador a acreditar que ambos têm razão.

 




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