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Sto.André mapeia saúde da cidade
Aline Mazzo
Do Diário do Grande ABC
08/09/2006 | 21:39
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Santo André já sabe quem são e onde estão os inimigos à saúde da população. Desde o início do ano, o Departamento de Vigilância à Saúde da cidade mapeia os possíveis riscos à saúde da população. Foram detectados 10 tipos de problemas e o NIG (Núcleo de Informação e Geoprocessamento) está em fase de finalização dos mapas que indicam os lugares de incidência ou probabilidade desses riscos à comunidade.

Segundo a Prefeitura, a iniciativa surgiu pela “necessidade de visualizar melhor os problemas, para conhecer sua extensão e saber como devem ser tomadas as medidas preventivas”, explica a assistente de direção do Departamento de Vigilância à Saúde, Maria Adelaide Gonzalez.

Para concretizar o projeto, o departamento utiliza tecnologia já existente na administração: o geoprocessamento. Sistema que possibilita transformar em mapas todas as informações lançadas em um banco de dados. “Isso é muito prático numa reunião, porque podemos ver o problema de maneira geral e estudá-lo bem”, afirma Maria Adelaide.

Mas antes de os mapas serem concluídos, muitos estudos e oficinas foram realizados. A primeira etapa foi a fase de territorialização. A cidade foi dividida em 10 grandes áreas, com base no orçamento participativo. Cada região participou de uma oficina, que tinha como objetivo apontar as deficiências de cada lugar. Para isso, foram recrutados os agentes locais contratados pela Prefeitura e treinados para esse levantamento os técnicos que já atuavam na região, moradores, sociedades de bairros e funcionários da administração pública.

A participação dos moradores dos bairros foi fundamental para a evolução dos trabalhos. Eles listaram a série de problemas de onde moram e visitaram, com os técnicos, os locais. Após dois meses (fevereiro e março), a saúde pôde avaliar os riscos de cada região. Riscos que foram colocados no grande mapa da cidade e que agora servem de apoio para os funcionários da saúde.

As fichas e os mapas feitos nessa fase do projeto foram encaminhados para o NIG, responsável por transformar esses números e endereços em mapas. “Uma equipe foi montada no departamento para digitar todas essas informações a fim de alimentar o banco de dados que deu origem aos mapas”, explica o coordenador do NIG, Romualdo Juliatto.

As informações foram lançadas no sistema e os mapas estão prontos, mas ainda aguardam alguns ajustes. “Como nos baseamos nos apontamentos da comunidade, ainda estamos confirmando as áreas de risco para saber a dimensão exata da incidência dos problemas”, explica o responsável pelo banco de dados e integração de informações do departamento, Alexandre Longhine.

Teste – Mesmo em fase de finalização, os mapas já começaram a ser usados pela Prefeitura durante o programa de desratização da cidade, uma das reclamações mais freqüentes em todo o município. “Mapeamos as áreas referentes às reclamações dos munícipes, os locais de enchentes, acúmulo de lixo, córregos e núcleos habitacionais para delimitarmos a região de trabalho das equipes”, explica Maria Adelaide.

Os mapas são impressos pelo NIG e seguem, no tamanho adequado, para os agentes trabalharem na rua. “Isso agilizou muito o trabalho de campo. Sem falar que é muito prático na hora de visualizar as regiões em que o trabalho já foi feito”, diz a assistente.

Futuro – O próximo passo da Vigilância à Saúde e do NIG é o levantamento dos dados históricos de doenças na cidade. “Nós colocaremos informações sobre onde ocorreram casos de leptospirose, dengue, diarréia, entre outras, no banco de dados, e vamos gerar um mapa para verificar os locais de incidência”, explica Romualdo.

As informações desse mapa ainda serão cruzadas com o de riscos e, com isso, o departamento conseguirá visualizar se as regiões de determinados problemas, como falta de saneamento básico, realmente coincidem com algumas doenças, no caso a diarréia. “Imagine quantas doenças conseguiremos evitar com essas informações? Muitas”, conclui Maria Adelaide.




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