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Grupos internacionais miram o Brasil
Leone Farias
do Diário do Grande ABC
09/06/2011 | 07:00
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Divulgação


O Brasil é atualmente o destino preferencial das vendas das companhias, ficando atrás apenas da China e da Índia, e também figura nas primeiras colocações como alvo de interesse para montagem de fábricas das multinacionais. É o que aponta pesquisa da consultoria Ernst & Young.

O levantamento mostra ainda que, nos últimos três anos, 87% das multinacionais no mundo ampliaram seu portfólio de produtos para explorar melhor o potencial de mercado. Isso porque a inovação é considerada a principal ferramenta para vencer a concorrência.

Exemplo que ilustra a pesquisa, o grupo francês Thales diversificará sua atuação no mercado brasileiro, com o lançamento de produtos, por meio de sua empresa controlada Omnisys, situada em São Bernardo.

A Thales, que faz parte do consórcio aeronáutico Rafale, planeja entrar no segmento nacional de segurança e controle de tráfego urbano. Segundo maior grupo de defesa da Europa, com faturamento anual de 13,1 bilhões de euros, a companhia deposita suas fichas no País por causa do potencial gerado por obras de infraestrutura para a Copa do Mundo de 2014, Olimpíada de 2016 e pela exploração do petróleo do pré-sal. O diretor Laurent Mourre diz que há muitas oportunidades a serem exploradas, mesmo que o consórcio Rafale não vença a concorrência da Força Aérea Brasileira para a venda de 36 caças militares. Esse processo de licitação foi anunciado durante o governo Lula, mas foi adiado pela presidente Dilma Rousseff e deve sair só no ano que vem.

O grupo, que também é especializado em sinalização ferroviária, participa da concorrência para o monotrilho de Manaus - orçado em cerca de 40 milhões de euros (R$ 92 milhões na cotação do euro a R$ 2,30) - e para Linha 5 do Metrô de São Paulo (estimado em 60 milhões de euros).

A companhia também quer trazer ao País seu know-how em segurança. Há dois anos, venceu a disputa para sistema de monitoramento da cidade do México, com a implementação de 8.000 câmeras. "Queremos alavancar essa experiência no Brasil", diz Mourre.

RADAR - Além desses projetos, a Thales vai produzir no Brasil os radares de defesa aérea GM400, por meio de sua subsidiária Omnisys. Para isso, vai investir 5 milhões de euros (R$ 11,5 milhões) em novas instalações e busca área em São Benardo para essa expansão. Deve contratar 200 funcionários para essa atividade.

O fundador da Omnisys, Luiz Henriques, assinala que a inovação é um foco constante. "O GM400 é um produto que já existe, mas todo produto evolui, o desenvolvimento é permanente", afirma.

Ele recentemente passou a ser diretor de desenvolvimento de novos negócios do grupo francês na América Latina. A mudança é parte da reestruturação para ampliar a atuação da fabricante brasileira de radares no Exterior. Para a direção-geral da Omnisys, assumiu em maio Luciano Lampi, executivo que trabalhou durante 17 anos na Embraer.

Empresa da região projeta salto nas vendas

As novas áreas de atuação da Omnisys devem impulsionar os resultados dessa empresa, que nasceu de forma modesta em uma casa em São Caetano em 1997 e, em 2008, se mudou para amplas instalações em São Bernardo.

A companhia, adquirida pelo grupo francês Thales em 2006, deve faturar R$ 65 milhões neste ano. Entretanto, essa receita pode dar um salto. Isso porque, no segundo semestre, o departamento de controle de espaço aéreo abrirá licitação para compra de cinco radares 3G como o GM400. E esse produto, que será fabricado pela empresa da região pode custar até 18 milhões de euros (R$ 41 milhões na cotação do euro a R$ 2,30).

A Omnisys tem tecnologia também de radares de controle aéreo de rotas e de satélites. Desenvolve em parceria técnico-científica com a China o CBERS (em inglês, satélite sino-brasileiro de recursos terrestres). A próxima versão do CBERS, o 3.4, deve ser lançado ao espaço em 2012.




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