Os resultados do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) divulgados quinta-feira revelam a disparidade entre as classes de ensino regular e do chamado EJA (Educação de Jovens e Adultos) que tiveram notas abaixo da média das demais.

Entretanto, de acordo com o professor e doutor em Educação da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), Fernando José de Almeida, não cabem comparações entre alunos do sistema regular e do supletivo, como era chamado o EJA antigamente.

“Há escolas onde o garoto paga R$ 2.000 de mensalidade, tem aulas extras, permanece estudando por oito horas e aquelas onde o aluno trabalhou o dia inteiro para depois estudar supercansado. É claro que aí vai haver uma grande diferença e temos de levar isso em conta antes de destacar qual é a melhor ou a pior”, explica Almeida.

O especialista ainda lembra que alunos do EJA fazem parte de um grupo que não conseguiu ou não pôde concluir os estudos no tempo convencional.

“São pessoas de, em média, 40 anos”, explica Francisco José Gripp Bastos, diretor da segunda instituição mais bem colocada na região entre as EJA, a Escola Municipal Vicente Bastos, de São Caetano, com 53,97 pontos.

A Escola Supletivo Avanço, uma unidade particular, conquistou o primeiro lugar com nota 54,85, enquanto a ETE Júlio de Mesquita, na mesma cidade, atingiu os 71,20 pontos em ensino regular. A ETE foi a escola pública melhor classificada da região obtendo o 15º posto entre as melhores instituições públicas do Estado. “O que tem de se fazer é pegar esses números, traçar um diagnóstico e promover ações”, defendeu Almeida, da PUC.

Para Gripp, diretor da Escola Municipal Vicente Bastos, a adoção de um sistema de ensino totalmente apostilado e o corpo docente estável tornaram a educação regular e conferiram o bom resultado.