Seis dias após ser levada pela adolescente D.G.S., 15 anos, sua prima, a criança Raissa Serafim Mataruco, de apenas 10 meses, retornou à casa dos pais, no bairro Batistini, em São Bernardo, na madrugada desta quinta. Policiais civis do 3º DP do município resgataram a criança do colo da adolescente no terminal de ônibus de Santo André, no Centro da cidade, às 22h30 de quarta.

D. seqüestrou a prima às 9h da sexta-feira passada da casa dos pais da criança, o ajudante geral Eduardo de Lima Mataruco, 26, e a dona de casa Joelma Serafim Mataruco, 24. “Disse que iria passear com minha filha e sumiu”, disse o pai.

Ele comunicou a polícia sobre o seqüestro de Raissa no sábado. A partir de então, confeccionou alguns cartazes com fotos da filha e de D. e distribuiu em locais movimentados do Grande ABC. “Nunca achei que ela pudesse fazer isso. Sempre freqüentou nossa casa e passeava constantemente com nossos filhos”, disse a dona de casa, mãe de mais duas meninas e um menino, com idades que variam de 3 a 6 anos.

Segundo a polícia, D. inicialmente levou Raissa para uma casa do bairro Alves Dias, em São Bernardo, e depois seguiu para uma residência em Mauá. “Ela se afeiçoou muito pela criança e as amigas diziam que se pareciam. Disse que a filha era dela. Ficamos tensos, pois não sabíamos o que ela poderia fazer com minha filha”, afirmou o ajudante.

A mãe de D., a dona de casa Miriam Gonçalves de Souza, 38, disse que a filha já ficou grávida duas vezes, mas não desenvolveu a gestação em nenhuma. Na tarde de quarta, quando soube que a polícia estava a sua procura, D. resolveu ligar para a mãe e devolver a criança. “Ela me ligou ontem (quarta) às 18h. Marcamos um encontro para ela devolver a menina. Minha filha disse que não quis seqüestrar, estava longe e por isso não tinha dinheiro para voltar e trazer a menina”, disse Miriam.

Depois de detida, D. foi levada para o 3º DP de São Bernardo e entregue à mãe. Na tarde desta quinta, ambas estiveram em audiência na Vara da Infância e Juventude de São Bernardo. “O que posso dizer é que tudo terminou bem. Minha filha não foi presa”, afirmou Miriam, que não revelou detalhes da determinação do juiz.