Descontentes com a baixa margem de lucro obtida, donos de postos de combustíveis do Grande ABC estudam a possibilidade de desenvolverem um padrão único de atendimento e se juntarem em torno de uma marca para assim ganharem força nas negociações com os distribuidores.

O presidente do Regran (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do ABC), José Antônio Gonzalez Garcia, o Toninho, disse que os postos que trabalham corretamente, dentro da lei, obtém entre R$ 0,15 e R$ 0,20 de margem por litro de combustível, valor insuficiente para arcar com todos os custos existentes, como contas de água, luz, telefone, pagamento de funcionários, etc.

“Hoje, o ideal seria uma margem de lucro em torno de R$ 0,40 por litro vendido. A pior situação é com a venda do álcool, mas a gasolina também está começando a ficar pouco atrativa. Do jeito que está, muitos postos vão fechar”, declarou.

Segundo Toninho, postos independentes compram combustíveis a preços de custo, o que não acontece com quem atua sob uma determinada bandeira. “Eles vendem com o mesmo preço que nós compramos. Não sei como conseguem isso, mas temos de baixar muito nossa margem para competir”.

Com base nos dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo), o Diário verificou que as margens são realmente baixas. O site da agência fornece apenas o valor mínimo e máximo praticado pelos distribuidores em cada cidade. Por essa razão, foi feito um cálculo de média simples para obtermos um valor aproximado.

MARCA

Uma das soluções seria os donos de postos se juntarem em torno de uma marca prória. A idéia, aliás, foi lançada na noite de quarta-feira pelo jornalista Luis Nassif, durante palestra sobre o setor em evento organizado pelo Regran , no restaurante Baby Beef Jardim.

Ter um padrão próprio de atendimento é um diferencial que permite agregar valor. Com o tempo, as pessoas deixam de procurar apenas o menor preço e passam a buscar o melhor custo-benefício. Sem contar que juntos eles terão mais força para negociar com distribuidores.