Seis anos após o assassinato do prefeito Celso Daniel, em janeiro de 2002, a família Daniel está de volta ao cenário político de Santo André. O responsável por tentar levar adiante o legado é Rafael Daniel, filho de Maria Elizabeth, irmã do ex-chefe do Executivo.

Aos 30 anos, o sobrinho de Celso disputará em outubro a sua primeira eleição. Tentará cadeira na Câmara, primeiro passo, segundo acredita, para quem tem o objetivo de chegar ao cargo máximo na cidade: o de prefeito. Rafael não esconde a intenção de trilhar o mesmo caminho percorrido na vida pública pelo tio, a quem se espelha desde pequeno, quando o acompanhava em reuniões partidárias.

"A política está no sangue, vem de berço. Pretendo dar seqüência às idéias e levar adiante projetos do meu tio. Tenho disposição e acredito que, fazendo um trabalho transparente, poderei crescer e vir a ser deputado e até prefeito no futuro, meu grande objetivo", ressaltou. "Serei político em tempo integral", acrescentou ele, hoje integrante do quadro de funcionários da Craisa.

Mas nem em tudo Rafael se espelha em Celso. Ao contrário do tio, ele escolheu o PMDB para iniciar a vida pública. A história de Celso foi construída no Partido dos Trabalhadores. "Não dei as costas ao PT, pelo contrário. Escolhi um partido grande, ligado ao atual governo. Não quero confundir a cabeça das pessoas. Preciso criar uma identidade política e seguir um caminho próprio, apesar de o Celso ter sido sempre um exemplo para mim, seja na conduta profissional, na inteligência ou no caráter", justificou Rafael.

O peemedebista, formado em gestão pública, será oficializado candidato a vereador na convenção marcada para hoje, na Câmara de Santo André.

PREVISÕES - Rafael está confiante na possibilidade de herdar os eleitores que sempre confiaram em Celso e fizeram dele campeão de votos na cidade.

"Creio na transferência natural de votos em função do sobrenome. Tenho sentido isso nas ruas. A receptividade é grande onde quer que eu vá. Fico feliz", argumentou.

A família Daniel já esteve à frente do governo andreense por quatro oportunidades. O avô de Rafael, Bruno Daniel, assumiu a Prefeitura interinamente em 1955. Antes disso, Bruno - que hoje dá nome ao estádio municipal da cidade - foi vereador por três mandatos, chegando a ocupar a presidência do Legislativo.

Já Celso foi, assim como Newton Brandão, chefe do Executivo local por três vezes.