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Alegria dá acesso à corte do Carnaval em Santo André
Illenia Negrin
Do Diário do Grande ABC
12/01/2005 | 13:23
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Quem comparecer ao desfile das escolas de samba de Santo André, na avenida Firestone, pode até não perceber. Mas os coordenadores da liga garantem: para compor a corte, um belo sorriso e desenvoltura são fundamentais. Numa disputa acirradíssima, em que todas as candidatas são bonitas, têm físico malhado e samba afiado, os detalhes fazem toda a diferença para garantir a vitória.

“Uma postura diferente, um sorriso, ser comunicativa. As candidatas que souberam explorar essas qualidades saíram na frente”, conta Renato Leite, do Ocara Clube, que participou do júri que elegeu a corte do Carnaval 2005. A rainha Milene Araújo, 25 anos, e as princesas Bárbara Guimarães, 23, e Janaína Barbosa, 19, foram as belas, elegantes, sorridentes e faladeiras escolhidas deste ano, entre 22 outras mulheres, “também deslumbrantes”, faz questão de frisar o jurado.

Se foi difícil escolher a ala feminina da corte, para eleger o Rei Momo não houve dúvida. Paulo César de Carvalho, 35 anos, 28 deles na avenida, foi eleito por unanimidade. Os outros dois candidatos, quando chamados ao palco, se apresentaram com roupas comuns, como mandava o figurino. Mas Paulo quebrou as regras e apareceu fantasiado, vestido de Momo, como se estivesse prestes a assumir o reinado. “Ele já entrou vestido de Rei. Aí não teve jeito. Sem contar a simpatia desse moço. E o peso. Porque seguimos a tradição e o Momo tem de ser volumoso”, conta Leite.

A majestade, que trabalha na Defesa Civil de São Paulo, conquistou a liga, a rainha e as princesas. Exibe uma fantasia azul e samba impecável. Não cansa de distribuir sorrisos, tantos que poderia até acumular outro título, o de mister simpatia. Só desfaz a cara bonachona quando alguém lança comentários maldosos para as meninas. “Não admito que as tratem mal. Exijo respeito.”

As mulheres da corte são menos falantes, mas não menos simpáticas. A rainha do Carnaval Milene já é veterana de corte; no ano passado foi segunda princesa. “Quando vi que tinha ganhado, fiquei tão eufórica que quase caí do palco”, conta. A princesa Bárbara, a mais extrovertida, diz que não vai sentir nenhuma ponta de nervosismo ao abrir o Carnaval de Santo André. “A gente não tem vergonha. Nosso problema é falta de vergonha. Tem que pedir emprestado para alguém”, brinca a primeira princesa, que trabalha como promotora de vendas de cartão de crédito.

A segunda princesa, Janaína, é a caçula da corte e nada tagarela. Mas é só subir no salto e colocar a fantasia para mostrar a que veio. “Samba não se aprende, não. Já nasce sabendo, e aí vai aperfeiçoando”, afirma. A corte concorda, às gargalhadas. “Todo mundo diz que está no sangue”, diz o Momo.

E o que tem no sangue deles, afinal? “Uma bateria todinha, batucando Carnaval o ano inteiro”, explica a rainha.



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